Esportes
Conheça o ponteiro Lukas Bergmann, irmão de Júlia e novato na seleção brasileira que disputará o Pré-olímpico no Rio
Ponteiro de 19 anos ganhou vaga na seleção de Renan dal Zotto por causa do pedido de dispensa de atletas na mesma posição

Lukas Bergmann, de 19 anos, ponteiro do Sesi, disputará o primeiro torneio com a seleção brasileira principal, o Pré-olímpico, que começa neste sábado e vai até o dia 8, no Maracanãzinho. Irmão de Júlia Bergmann, de 22 anos, atleta que se consolidou na seleção feminina e jogará no turco THY com o técnico José Roberto Guimarães, ele também nasceu na Alemanha e mudou-se para Toledo, no Brasil, em 2011. Os irmãos são unidos e costumam trocar conselhos esportivos. Mesmo que por mensagem de texto.
— O que os Bergmann têm? Acho que eles têm vontade de jogar vôlei, o selo de garantia Bergmann — brinca a mãe Neide, de 52 anos, que completa: — Além, é claro, do tipo físico. Eles sempre eram os maiores da turma. E nós, os pais, sempre jogamos vôlei na Alemanha. Mas nada profissional. Acho que passaram a gostar da modalidade por nossa causa.
Na Alemanha, Lukas e Julia começaram na natação. Neide, que é brasileira e professora de alemão, conheceu o marido André, alemão de 55 anos e que trabalha com TI, jogando vôlei. Segundo Neide, as crianças gostavam de acompanhá-los na quadra. Quando a família mudou-se para o Brasil, todos passaram a bater bola na areia.
Ela conta que levava Lukas, aos 8 anos, em seus treinos. Ele ficava sozinho. Até que o professor Luiz Fernando Viaro, que era um estagiário da Prefeitura, passou a treiná-lo na praça, numa quadra de areia em frente ao clube. Disse ainda que Julia foi levada para a equipe de vôlei por uma professora que ao vê-la em sala de aula, com as pernas enormes para fora da carteira, disse "Ih, deve ser atrasada... coitada."
Júlia atuou em Brusque, na Superliga B, e depois foi jogar e estudar na Universidade de Georgia Tech, nos Estados Unidos. Sua primeira convocação para a seleção foi em 2019.
Lukas, por sua vez, jogava em Toledo. O ponteiro atuou na seleção do Paraná e em seleções de base. Disputou mundiais pelas seleções sub-19 e sub-21. Atleta do Sesi, ele jogou a Copa Pan-Americana com a seleção B, no México (o Brasil foi prata e perdeu o ouro para o Canadá). Lukas e Julia chegaram a ter o mesmo técnico na quadra, em Toledo (Marcos Alexandre Guez Assunção).
— Não falamos muito com o Lukas esses dias porque ele está bem focado com o grupo. Lógico que na estreia a adrenalina estará lá em cima. A gente tinha a expectativa de vê-lo em quadra, na seleção B, que vai aos Jogos Pan-americanos. O Pré-olímpico antecipou tudo. Estamos muito felizes. — diz Neide, que elogia o filho: — Ele é focado, faz exatamente o que o treinador pede. Ele é persistente e dedicado.
Neide comenta que até hoje eles gostam de jogar vôlei entre eles. Lukas disse que prefere montar dupla com a mãe "para ganhar do pai e da irmã". A rivalidade sempre foi brincadeira: os irmãos são unidos e se ajudam até hoje. Gostam de trocar conselhos via Whatsapp. Lukas contou que pediu conselhos recentes a irmã para "aliviar a pressão".
Ele disse ao Globo que ficou surpreso com a convocação para o time principal do Brasil. Mas que irá aproveitar o máximo que puder.
— Estou um pouco nervoso porque "foi do nada para mim" (que chegou na seleção principal adulta). Tinha jogado na seleção do Paraná e de base... Mas é uma oportunidade, algo muito bom para o meu progresso e aprendizado e vou para a luta — falou o atacante. — Sou tímido, não sou muito de falar mas em quadra é outra história. Ali estou para dar o meu máximo e invoco outra pessoa (risos). Uma pessoa diferente, não sei bem quem. Foco no objetivo, que é ganhar o jogo, e bato na bola.
Julia e a seleção feminina já conquistaram vaga para os Jogos Olímpicos de Paris-2024. Falta agora Lukas e o time masculino. O Brasil estreia neste sábado contra o Catar. Lukas é o quarto ponteiro da seleção de Renan dal Zotto, que tem Adriano, Honorato e Lucarelli. Os ponteiros Leal (lesão) e Arthur (lesão) e o oposto Felipe Roque (questões familiares) pediram dispensa.
— Será um sonho vê-los em Paris-2024, achamos mais seguro pensar em Los Angeles-2028. Mas nada é impossível. A chance está aí para cada um — diz Neide. — Sinto o maior orgulho deles... Eles se dedicam muito e sabem que às vezes pode não dar certo, mas que o importante é se dedicar e aproveitar as oportunidades.
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