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'Antes tarde do que nunca': Idosa indiana de 92 anos vai à escola pela primeira vez e aprende a ler e escrever

Nascida em 1931, no estado de Uttar Pradesh, Khan não frequentou a escola porque não havia uma para mulheres na aldeia em que morava; seu aprendizado inspirou outras 25 mulheres da aldeia

Agência O Globo - 27/09/2023
'Antes tarde do que nunca': Idosa indiana de 92 anos vai à escola pela primeira vez e aprende a ler e escrever

Salima Khan nasceu em 1931, em Bulandshahr, no estado de Uttar Pradesh, no norte da Índia. Casou ainda adolescente, aos 14 anos, depois tornou-se mãe e a vida foi ganhando seu ritmo. Apesar disso, o sonho daquela então menina indiana era de poder ler e escrever. Na época, não havia escolas na aldeia em que morava e, por isso, seu desejo persistiu durante toda a vida, mas apenas no plano das ideias — até agora.

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Aos 92 anos, Khan passou a frequentar a escola e, há seis meses, acompanhada de sua nora Firdaus, senta-se ao lado de crianças oito décadas mais novas, algumas delas seus bisnetos, para aprender. Sua história ganhou repercussão após a viralização de um vídeo, em que a nonagenária conta de 1 a 100.

Alfabetizada, ela explica que a independência e o crescimento pessoal são os principais motores de sua ambição:

— Os meus netos costumavam me enganar para que eu lhes desse mais dinheiro, porque não sabia contar — contou a idosa ao jornal Times of India, citado pela AFP. — Esses dias acabaram.

A história de Khan tem inspirado outras pessoas a seguirem seu exemplo. Desde que iniciou seus estudos, outras 25 mulheres da sua aldeia também buscaram se alfabetizar, incluindo duas de suas noras, informou o jornal indiano.

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Além disso, sua força de vontade também motiva aqueles ao seu redor. A diretora da escola que a idosa frequenta, Pratibha Sharma, conta que no início os professores estavam hesitantes em ensiná-la, mas que sua “paixão” pelos estudos os convenceu.

— A história dela reforça a crença de que a busca pelo conhecimento não tem limite de idade — destacou Pandey à AFP.

À reportagem indiana, Khan não esconde a felicidade e recorda que, apesar de idosa, não é tarde para perseguir seus sonhos.

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— Lembro-me do meu primeiro dia, quando a diretora me deu um livro. Minhas mãos tremiam. Eu não sabia como segurar uma caneta. Apesar do nervosismo, minha felicidade não tinha limites. Casei com 14 anos e não tinha escolas no meu vilarejo naquela época. Então, me tornei mãe e a vida seguiu seu curso. — relembrou a idosa ao jornal, completando: — Mas, antes tarde do que nunca.

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