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Sensor de impressão anal, pessoas que falam ao contrário e reanimação de aranhas: veja vencedores de prêmio para pesquisas bizarras

Em dez categorias, prêmio homenageia estudos em áreas como química, literatura, engenharia, saúde que têm potencial de fazer as pessoas rirem e refletirem

Agência O Globo - 15/09/2023
Sensor de impressão anal, pessoas que falam ao contrário e reanimação de aranhas: veja vencedores de prêmio para pesquisas bizarras

Os vencedores da edição anual do prêmio Ig Nobel, dedicado a homenagear feitos inusitados no mundo científico, foram anunciados nesta quinta-feira durante uma cerimônia transmitida pela web. Podem parecer estranhas, mas as pesquisas são algumas perguntas que cientistas procuraram responder, tendo como ideal "estudos que fazem rir, mas também nos colocam para pensar". Sem brasileiros na conquista, veja alguns temas que levaram o prêmio da 33ª edição.

O pesquisador Seung-min Park, levou o prêmio Ig Nobel, na categoria 'Saúde Pública" por inventar um vaso sanitário com um dispositivo que usa uma variedade de tecnologias – incluindo uma tira reagente para exame de urina, um sistema de visão computacional para análise de defecação, um sensor de impressão anal emparelhado com câmera de identificação e link de telecomunicações — para monitorar e analisar rapidamente as substâncias que os humanos excretam e descobrir sinais de possíveis doenças.

Teve também quem se destacasse na área de 'Comunicação', por estudar as atividades mentais de pessoas que são especialistas em falar ao contrário. O estudo foi desenvolvido por María José Torres-Prioris, Diana López-Barroso, Estela Càmara, Sol Fittipaldi, Lucas Sedeño, Agustín Ibáñez, Marcelo Berthier e Adolfo García.

Já na área de química e geologia, o prêmio ficou com a pesquisa de Jan Zalasiewicz, da Polônia, por explicar por que muitos cientistas gostam de lamber pedras. Segundo o autor da pesquisa, atualmente, os geólogos utilizam a língua para potenciar a visão, "porque uma superfície molhada mostra melhor as partículas minerais do que uma superfície seca".

O prêmio na categoria de nutrição foi entregue a Homei Miyashita, da Universidade Meiji, e Hiromi Nakamura, da Universidade de Tóquio, no Japão. A investigação pretende mostrar que o sabor salgado dos alimentos pode ser potenciado com a estimulação elétrica da língua através de pauzinhos e palhinhas para beber. “O sabor dos alimentos pode ser alterado imediata e reversivelmente por estimulação elétrica e isso é algo que tem sido difícil de conseguir com ingredientes convencionais, como os temperos”, revelou Nakamura.

Em 'Literatura', Chris Moulin, Nicole Bell, Merita Turunen, Arina Baharin e Akira O'Connor levaram o Ig Nobel por estudarem as sensações que as pessoas sentem quando repetem uma única palavra muitas e muitas vezes.

Já imaginou ganhar um prêmio por fazer com que aranhas mortas agarrem objetos? Foi com essa temática de "reanimar aranhas mortas para usar como ferramentas mecânicas de preensão", que um grupo de investigadores da Universidade Rice, nos Estados Unidos levou o prêmio representado pela área da Engenharia Mecânica.

Já na categoria de “Medicina", o Ig Nobel foi para Christine Pham, Bobak Hedayati, Kiana Hashemi, Ella Csuka, Tiana Mamaghani, Margit Juhasz, Jamie Wikenheiser e Natasha Mesinkovska, por provarem o uso de cadáveres para explorar se existe um número igual de pêlos em cada uma das duas narinas de uma pessoa.

Teve também, o prêmio por experimentos em uma rua de uma cidade para ver quantas pessoas param para olhar para cima quando veem estranhos olhando para cima. Pesquisa foi mencionada por Stanley Milgram, Leonard Bickman e Lawrence Berkowitz na área de Psicologia. Seguido pelo prêmio de educação, entregue a um grupo de investigadores que estudaram o tédio sentido pelos professores e alunos.

Já na categoria "Física" Bieito Fernández Castro, Marian Peña, Enrique Nogueira, Miguel Gilcoto, Esperanza Broullón, Antonio Comesaña, Damien Bouffard, Alberto C. Naveira Garabato e Beatriz Mouriño-Carballido, conquistaram pela medição de até que ponto a mistura da água do oceano é afetada pela atividade sexual das anchovas.