Internacional
Após postagem de Trump, promotores pedem ordem de proteção contra ex-presidente; defesa nega ameaça
Promotoria solicitou à juíza federal que republicano seja impedido de publicar informações sobre o processo a fim de não constranger ou ameaçar testemunhas e outras partes envolvidas na acusação
Promotores de justiça dos Estados Unidos apresentaram um pedido de ordem de proteção contra o ex-presidente Donald Trump, alvo de uma série de ações criminais e civis, após uma postagem nas redes sociais, interpretada como uma ameaça aos envolvidos nos processos. Em uma manifestação neste sábado, a defesa de Trump negou que a mensagem se tratasse de uma ameaça ou que guardasse ligação com os processos.
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"Se vocês forem atrás de mim, eu vou atrás de vocês!", escreveu o presidente, em letras maiúsculas, em uma publicação na Truth Social, na tarde de sexta-feira — um dia depois de ser alertado por uma juíza de que ameaçar ou intimidar testemunhas era um crime.
À noite, o promotor especial Jack Smith, que coordena as as acusações contra Trump por tentar reverter a eleição de 2020, apresentou uma moção instando a juíza Tanya Chutkan, do Tribunal Distrital de Washington, a entrar com uma ordem de proteção para impedir que o ex-presidente revele detalhes sobre o caso antes do julgamento, citando a postagem.
“Se o réu começasse a emitir postagens públicas usando detalhes – ou, por exemplo, transcrições do grande júri – obtidos na fase pré-julgamento, isso poderia ter um efeito prejudicial para as testemunhas ou afetar adversamente a administração justa da justiça neste caso”, escreveram os promotores especiais assistentes Molly Gaston e Thomas Windom, que trabalham na equipe liderada por Smith.
“Tal restrição é particularmente importante neste caso porque o réu já emitiu declarações públicas nas mídias sociais sobre testemunhas, juízes, advogados e outros associados a questões legais pendentes contra ele”, acrescentaram.
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A campanha de Trump disse, em um comunicado, que a postagem na mídia social era um discurso político e uma resposta não ao processo judicial, mas para atacar anúncios financiados por comitês de ação política (conhecidos nos EUA como PACs).
"A postagem citada na Truth Social é um discurso político típico", disse um porta-voz do ex-presidente, em um comunicado, na manhã de sábado.
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Na noite de sexta-feira no Alabama, Trump apareceu diante de seus apoiadores, chamando as acusações contra ele de "um ato de desespero de um fracassado, desonroso e desonesto Joe Biden e seus bandidos radicais de esquerda para preservar seu controle do poder".
A Casa Branca enfatizou que o Departamento de Justiça opera de forma independente e que a equipe do presidente Biden não tem envolvimento em casos contra Trump.
Ameaças de morte
A preocupação com a integridade física dos envolvidos em processo contra Trump tem aumentado. Ameaças de morte contra juízes e promotores são cada vez mais frequentes, enquanto o ex-presidente alimenta a narrativa de que é alvo de uma caça às bruxas, executada por um Departamento de Justiça instrumentalizado pela Casa Branca de seu principal adversário político, Joe Biden.
Responsável pela acusação mais recente contra Trump, o promotor especial Jack Smith fez um breve pronunciamento sobre o caso, na terça-feira, acompanhado por três seguranças. Em Nova York, o promotor Alvin Bragg, que lidera as investigações sobre fraudes fiscais das Organizações Trump e o suposto suborno a uma ex-atriz pornô antes das eleições de 2016, recebeu uma carta com ameaças de morte contendo pólvora — horas depois de uma postagem do ex-presidente alertar a sua "potencial morte & destruição" caso ele seja condenado.
A ameaça foi apenas uma das centenas recebidas nas semanas que antecederam a apresentação dos resultados da investigação pela Promotoria, direcionadas não só a Bragg, mas também à sua equipe.
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