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Ditador da Coreia do Norte aprova inédita divulgação de pinturas de si mesmo em exposição de arte

A mostra faz parte das celebrações do 70º aniversário do fim da Guerra da Coreia (1950-1953)

Agência O Globo - 28/07/2023
Ditador da Coreia do Norte aprova inédita divulgação de pinturas de si mesmo em exposição de arte

Uma exposição de arte exibiu uma série de novas pinturas sobre o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, em uma ação que incentiva o culto à personalidade do líder. A mostra faz parte das celebrações do 70º aniversário do fim da Guerra da Coreia (1950-1953).

De acordo com o site NK News, pelo menos oito novas pinturas mostram Kim durante várias inspeções e atividades relatadas publicamente no passado, como em um cavalo branco; visita ao Monte Paektu; além de luxuosos apartamentos de “terraço” de Kyongru-dong e os quentes de Yangdok .

Esses movimentos parecem fazer parte de uma estratégia de propaganda mais ampla em torno da imagem do ditador, o que também teria relação com o tempo de Kim no comando da Coreia do Norte. Kim Jong-un tinha muito a provar quando sucedeu o pai e o avô na liderança do regime ditatorial que vigora há 70 anos na Coreia do Norte. O norte-coreano havia sido nomeado herdeiro da dinastia apenas um ano antes da morte do pai, Kim Jong-il. Assumiu o Estado com menos de 30 anos, em 2011, sem a força dos antecessores e ainda desconhecido da população.

O primeiro retrato oficial de Kim em um local público foi revelado em 2018 após sete anos de comando — o que foi entendido, por parte dos analistas internacionais, como o início da massificação de um culto à sua personalidade semelhante ao que marcou o comando e marca a lembrança dos dois líderes anteriores.

A pintura de Kim foi exposta durante visita a Pyongyang do dirigente cubano Miguel Díaz-Canel, que também foi homenageado com uma obra. Nas obras, os dois líderes aparecem sorridentes, de terno e gravata — modelo incomum no cotidiano do norte-coreano, que costuma aparecer em público com japonas ou blusas de mangas compridas.

O ditador ainda não começou a exigir a exibição de um retrato oficial de si mesmo em paredes ou espaços públicos. Ele também não tem estátuas conhecidas em exibição nas ruas do país.