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Que 101 dálmatas que nada: saiba o que 488 golden retrievers aprontaram juntos na Escócia

Encontro realizado no Reino Unido celebrou o aniversário de 155 anos da raça, uma das mais dóceis do mundo

Agência O Globo - 22/07/2023
Que 101 dálmatas que nada: saiba o que 488 golden retrievers aprontaram juntos na Escócia
Que 101 dálmatas que nada: saiba o que 488 golden retrievers aprontaram juntos na Escócia - Foto: Reprodução

Já imaginou qual é o som de quase 500 golden retrievers latindo ao mesmo tempo? Para celebrar o aniversário de 155 anos da raça, tutores do mundo todo se reuniram na Casa Guisachan, em Highlands na Escócia, o local histórico onde nasceu o primeiro cão deste tipo — um cruzamento de retriever de pêlo ondulado com o extinto tweed water spaniel.

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Em frente às ruínas do local, 488 golden retrievers posaram para a fotógrafa Lynn Kipps, que pediu aos donos presentes que prendessem seus cães a uma estaca no chão — para que não se perdessem no meio da confusão — e deixassem a cena só para eles durante 15 segundos.

Quinze segundos no tempo de um golden retriever, no entanto, é quase uma eternidade, e 488 cães dessa raça evidentemente acreditaram que haviam sido abandonados para sempre — e entraram em pânico.

— Tricia, querida, estou aqui — gritou uma mulher para sua cadela, e com isso os latidos pioraram exponencialmente, antes de os tutores voltarem para seus dependentes e a ordem ser restabelecida com um tsunami de carinho e guloseimas.

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Organizado por membros da Golden Retriever Club of Scotland ("Clube de Golden Retriever da Escócia", em tradução livre), o encontro aconteceu no dia 13 deste mês.

Desde que a primeira foto do grupo foi tirada em 2001, os amantes de cães dourados se reúnem a cada cinco anos para homenagear Sir Dudley Marjoribanks, que viveu na então Guisachan House. Atribui-se a ele o desenvolvimento do golden retriever em 1868, quando cruzou um retriever de pelagem ondulada com um tweed water spaniel. Ele queria um companheiro de caça robusto, com uma bela cabeça, uma disposição amorosa e olhos suaves e derretidos que vivessem para caçar. Aparentemente, uma obsessão por bolas de tênis e por rolar na sujeira também fazia parte do pacote.

Humanos e seus cães viajam do mundo todo para participar do evento. Este ano, marcaram presença Irlanda, Baviera, Suíça, República Tcheca, Estados Unidos, Austrália, Canadá, Croácia e Brasil.

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Apesar da semelhança entre os animais, ninguém perdeu o seu cachorro, "porque os cães conhecem os seus humanos e vêm ter com eles, querem estar com eles", contou ao g1 a brasileira Renata Cesar, dona da golden retriever Athena, de 10 anos.

— [Além disso], minha cachorra é a mais linda, mas tinha uma que era quase igual a ela — brincou.

A reunião deste ano foi a maior de todas. As acomodações se esgotaram com meses de antecedência, e os participantes reclamaram que levariam mais cães se a maioria das pousadas e locais de acampamento não limitassem o número de pessoas a dois.

Muitos dos participantes eram criadores de golden retriever, mas alguns eram simplesmente donos de animais de estimação ou fãs da raça.

— Sou um viciado e é aqui que venho buscar minha dose — afirmou um detetive de polícia aposentado de Londres, cujo último golden havia acabado de morrer.

Muitos também viajam para a Escócia simplesmente para aparecer na foto. Este ano, dois americanos que não puderam levar seus cães de avião levaram recortes de papelão em tamanho real.

— Tive que lhes dizer que não, que eles não poderiam ser incluídos na contagem e que, se quisessem seus cães lá, pelo menos os colocassem no meio do grupo — disse Kipps, a fotógrafa.

Apesar da enorme popularidade da raça, um golden nunca ganhou o prêmio Best in Show em Westminster ou Crufts (a maior e mais prestigiada exposição de cães do Reino Unido).

— É verdade: os golden não são glamourosos — disse Carol Henry, 65 anos, secretária do Golden Retriever Club of Scotland e principal organizadora, com seu marido, Tom Gorrian, 68, do evento em Guisachan.

Mas, é claro, a elegância não é a questão (e nem, se formos honestos, a inteligência). O que importa são os olhos, o brilho dourado eterno, os tufos de pelo pela casa e a alegria de vê-los com alguma coisa, qualquer coisa, na boca, garantem os tutores.