Internacional
Ucrânia responde Rússia e anuncia bloqueio a navios com destino ao país ou territórios ocupados no Mar Negro
Medida idêntica a anunciada por Moscou na quarta-feira é mais novo desenlace das tensões no Mar Negro após a suspensão do acordo de grãos

A Ucrânia anunciou, nesta quinta-feira, que todos os navios que se direcionarem a portos russos, ou controlados pela Rússia no Mar Negro, serão tratados como inimigos de guerra — uma recíproca à medida similar anunciada por Moscou no dia anterior. Kiev alertou que qualquer embarcação será considerada como uma possível transportadora de equipamentos militares, o que as tornaria uma parte ativa no conflito.
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As medidas, que correspondem a um bloqueio à navegação na região, são o último desdobramento do fim do acordo para exportação de grãos entre Kiev e Moscou, que perdeu a validade na segunda-feira, após o Kremlin se negar a renová-lo — sob o argumento de que as sanções internacionais impostas pelo Ocidente estavam impedindo o escoamento de sua produção. Desde então, a campanha militar russa se concentra no sul ucraniano, principalmente contra alvos de infraestrutura.
Pela terceira noite seguida, a região foi alvo de bombardeios russos, que visam principalmente o porto de Odessa, embora o Exército ucraniano tenha detalhado que os ataques de quinta atingiram apenas alvos militares.
De acordo com a Força Aérea da Ucrânia, 38 mísseis e drones foram disparados contra as cidades de Odessa e Mikolaiv (outro município portuário no Mar Negro), com alguns deles superando a defesa antiaérea. Alvos civis também foram atingidos e ao menos três pessoas morreram, segundo as autoridades.
— Infelizmente não é possível interceptar todos os míssseis, em particular os mísseis supersônicos Kh-22 e Onyx, que são muito difíceis de destruir — disse o governador de Odessa, Oleg Kiper.
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Os mísseis supersônicos russos, pouco utilizados até aqui, também foram lançados durante um ataque na noite de terça para quarta-feira contra terminais de grãos e infraestruturas nos portos de Odessa e Chornomorsk, destruindo silos e 60 mil toneladas de grãos.
Os ataques russos incessantes da Rússia foram condenados pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, nesta quinta. "Esses ataques estão tendo um impacto muito além da Ucrânia. Já vemos o efeito negativo nos preços mundiais de trigo e milho, o que prejudica a todos, mas especialmente as pessoas mais vulneráveis", disse o secretário, de acordo com uma declaração de seu porta-voz, Stéphane Dujarric.
A Rússia afirma que os ataques são uma retaliação contra infraestruturas militares ao redor das duas cidades do sul, após a explosão na ponta estratégica sobre o Estreito de Kerch, que ligava a Crimeia ao restante do território russo. Kiev não assumiu abertamente o ataque, mas fontes do serviço de segurança confirmaram à AFP que as forças ucranianas executaram o ataque usando drones marítimos.
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