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A Agroecologia e o (futuro) período de pós Pandemia
Alta nos preços dos alimentos, inflação que atinge os dois dígitos, desemprego e a volta da fome no Brasil. A Pandemia, além do evidente impacto negativo à saúde da população, tem deixado um rastro de externalidades negativas em várias frentes.
O que tirar de aprendizado desses pouco mais de dois anos pandêmicos? O que esperar dos futuros governantes de nosso país? Quais as iniciativas para superar a crise estão em curso e precisam ser evidenciadas?
O Estado de Alagoas tem se destacado no fortalecimento das ações que incentivam a produção agrícola, agroflorestal e extrativista baseada na Agroecologia, compreendida como uma estratégia resiliente para o desenvolvimento rural, associado aos aspectos da sustentabilidade.
O conjunto de ações em curso não caberiam nestas poucas linhas da matéria, no entanto, selecionamos duas ações relevantes para o momento.
Primeiro, a sua capacidade de ofertar alimentos livres de contaminantes, com preços acessíveis para a população dos centros urbanos que não possuem terra para produzir. Na capital Maceió tem ocorrido a retomada das feiras Agroecológicas, a exemplo da feira agroecológica e orgânica da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), bem como, a criação de novos espaços de comercialização em bairros populosos, como a feira Agroecológica Novo Jardim, no bairro Cidade Universitária.
Há também a oferta de alimentos agroecológicos nas feiras livres do interior, desde à zona da mata alagoana até o sertão, porém, sem a devida identificação, pois as famílias inseridas na Agroecologia se misturam com os demais feirantes. É preciso dar destaque à essa produção diferenciada, que além de ofertar produtos saudáveis, têm contribuído para a geração de emprego e renda no campo, visto que uma das características dessa oferta de alimentos é a venda direta pelos (as) produtores (as), sem a presença de intermediários.
A segunda iniciativa está relacionada ao poder público. Em abril do corrente ano o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e a UFAL renovaram a parceria para a oferta do curso bacharelado em Agroecologia exclusivo para as populações do campo, via Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA). Até o final de 2024 cerca de 45 filhos (as) de famílias assentadas de reforma agrária e de quilombolas estarão com o nível superior, atuando para o fortalecimento da Agroecologia, sendo 100% destes oriundos do meio rural.
Conhecer e incentivar as iniciativas Agroecológicas em desenvolvimento no Estado de Alagoas é estratégico para enfrentar as dificuldades socioeconômicas ocasionadas durante a Pandemia, sobretudo pela sua capacidade de constituir alternativas descentralizadas e que atingem os problemas do cotidiano da população, como o emprego, a geração de renda e o acesso ao alimento saudável.
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