Política
Deputada bolsonarista segue disseminando fake news sobre processo eleitoral no Brasil

Políticos bolsonaristas eleitos pelo sistema eletrônico de votação intensificaram, nos últimos dias, os ataques ao sistema eleitoral brasileiro. No último final de semana, a deputada federal Bia Kicis, conhecida por ocupar o topo da lista dos disseminadores de mentiras sobre as urnas eletrônicas, atacou o ministro do STF e do TSE Luís Roberto Barroso, com fake news sobre processo eleitoral.
Em seminário na Alemanha, Barroso afirmou que as Forças Armadas estão sendo orientadas a atacar e desacreditar o processo eleitoral no país. O ministro classificou os ataques como “infundados e fraudulentos”. Em resposta, a deputada utilizou sua conta no Twitter para espalhar desinformação. Kicis disse que, após convite do TSE, as Forças Armadas teriam apontado uma série de vulnerabilidades no processo eleitoral.
Essa afirmação já foi desmentida em fevereiro pelo próprio TSE, após o presidente da República Jair Bolsonaro dizer, em uma de suas lives mentirosas no Youtube, que o Exército teria encontrado falhas nas urnas eletrônicas. Em nota, a Corte Eleitoral disse que “as declarações não correspondem aos fatos nem fazem qualquer sentido. Não houve, por parte do das Forças Armadas, qualquer comentário ou juízo de valor sobre segurança ou vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, mas apenas pedidos de informações, perguntas de natureza técnica.
Nessa segunda (25), o TSE apresentou um plano de ação que reúne medidas sugeridas por uma série de instituições convidadas a participar da Comissão de Transparência das Eleições, entre elas as Forças Armadas, para aprimorar a segurança e a transparência do sistema de votação e deixar as eleições ainda mais seguras.
Forças Armadas sobem o tom
A respeito da fala do ministro Barroso, o Ministério da Defesa divulgou nota em que qualifica como irresponsável afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu.
Em tom ameaçador, o general da reserva e ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, disse que “as tropas estão vigilantes”. As declarações acirraram a tensão entre o TSE e as Forças Armadas.
Desinformação em massa
O estudo Desinformação On-Line e Contestação das Eleições, feito pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (DAPP-FGV) mostra o aumento dos ataques incessantes de fake news contra o sistema eleitoral brasileiro nas redes sociais. Promovido pelo gabinete do ódio e suas milícias digitais, a ofensiva se intensifica na medida em que avança a corrida eleitoral.
Só no Facebook, entre novembro de 2020 e janeiro de 2022, foram 394.370 postagens sobre fraude nas urnas eletrônicas e voto impresso auditável. Ou seja, ao longo de 15 meses, os bolsonaristas postaram cerca de 888 posts por dia só sobre esse tema, o que equivale a mais de 1 post por minuto.
Das doze contas que concentram maior volume de interações nas postagens no Facebook sobre fraude nas urnas e voto impresso, a maior parte são representantes eleitos, incluindo o presidente Jair Bolsonaro, porta-voz da causa. Segundo o estudo, 43% das mentiras mais populares sobre o tema entre os anos de 2020 e 2022 são da página do presidente, que ainda figura entre os perfis que mais têm interações nas publicações com as notícias falsas sobre urnas eletrônicas e voto impresso.
Entre as 20 primeiras mensagens postagens pró-fraude mais populares (com mais interações), 13 (32,5%) são da página de Jair Bolsonaro, atraindo 3.227.981 interações. Por conta de suas falsas denúncias, teve seu nome incluído no inquérito em que o STF investiga as milícias digitais.
Bia Kicis desponta em terceiro lugar na lista de maiores disseminadores de mentiras, ficando atrás apenas dos também deputados federais Carla Zambelli e Filipe Barros. Ela, que foi presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal, divulgou 256 mensagens que tiveram 6.855.975 interações.
Declarações que colocam em xeque a lisura do processo eleitoral e do sistema eletrônico de votação representam ataques diretos à própria democracia e, quando essa campanha deletéria é encabeçada por figuras políticas públicas, eleitas pelo mesmo sistema que contestam, é ainda mais preocupante. A apenas seis meses do primeiro turno das Eleições 2022, para a segurança do pleito, Judiciário e plataformas precisam apertar o cerco contra a quadrilha que forja e manipula informações.
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