Brasil
Carreira: mentoria de vida está auxiliando trabalhadores na autoestima profissional
No final de 2019, ao voltar da licença maternidade, a formada em Serviço Social e Gestão de Recursos Humanos, com especialização em Psicologia Organizacional e Saúde Mental, Taiala Santos Ferreira, recebeu a notícia que seria demitida. A solução imediata foi buscar outras vagas, entrando na maratona de enviar currículos e tentar se destacar nas entrevistas de emprego. Desse modo, decidiu empreender.
Assim como muitos profissionais, Taiala tinha consciência do seu bom portfólio acadêmico e profissional, mas as dúvidas e inseguranças para seguir em frente com a escolha eram presentes. Assim, ela buscou ajuda por meio de uma mentoria de vida e carreira.
“Antigamente eu acreditava que era necessário experiência em uma grande empresa para poder ter um plano de carreira e ser uma profissional bem-sucedida. Com a mentoria, no entanto, consegui mudar e ampliar a minha visão no sentido de que eu não preciso, necessariamente, dessa dinâmica para me sentir bem. Eu posso ser a protagonista da minha carreira”, conta.
A mentoria rendeu frutos e fez com que Taiala tirasse a poeira de um desejo antigo e o colocasse em prática. Atualmente ela atua como consultora de Recursos Humanos, como coach de carreiras e orientação vocacional na sua própria empresa, a TSF Consultoria RH. Além desse pontapé, a mentoria também contribuiu diretamente para que ela reencontrasse a sua autoestima enquanto profissional. “Sem essa ajuda, eu poderia até já ter a ideia também da minha própria consultoria, mas acredito que com passo mais lentos em relação às minhas metas e objetivos. A mentoria, então, acelerou tudo isso porque a partir desse tipo de trabalho enxergamos melhor as potencialidades que nós já temos”.
Medo de mudar e não dar certo
O impulso que fez Taiala mudar de visão, mesmo já estando descontente com o antigo emprego, foi a demissão. O medo de trocar “o certo pelo duvidoso” e a ideia de que só se é reconhecido através de uma outra empresa a paralisava. Quebrar essa barreira é uns principais motivos que levam os profissionais a buscarem uma consultoria de vida e carreira.
Com mais de mil profissionais e 200 empresas atendidas, o terapeuta e mentor de vida e carreira Tadeu Ferreet conhece bem esse contexto. Ele conta que nas primeiras sessões, a maioria chega “com muitas dúvidas, medo de mudar e medo de não dar certo”. Isso porque, como ele mesmo explica, colocar apenas a estabilidade em primeiro lugar pode gerar frustrações. “Eu costumo dizer que se você não for organizado financeiramente e não fizer a gestão do tempo, não haverá salário suficiente. Por isso, o conhecimento do estilo de vida alinhado com a carreira é fundamental para entender que ganhar bem é muito subjetivo. Gostar do que faz e ganhar um pouco menos pode ser o caminho perfeito para a estabilidade”, completa.
Tadeu também indica que baixa produtividade, ausências constantes no trabalho, várias saídas do setor em que atua durante o expediente, conflitos negativos recorrentes no ambiente profissional e fadiga independentemente do tipo de atividade também são sinais que motivam os profissionais a buscarem sua ajuda. “Eu costumo fazer o seguinte exercício com meus clientes: ao acordar todos os dias e abrir os olhos, você se questiona com ‘tenho que ir mesmo para o trabalho?’. Se esse pensamento for uma vez na semana, pode ser só um sinal de cansaço ou estresse. Porém, se isso se repete três vezes ou a semana inteira, algo está errado”, aconselha o profissional.
Outro conselho, dessa vez dado pela própria Taiala, é entender que nem sempre podemos dar conta de tudo sozinho, daí a importância de buscar por ajuda profissional. “Seu ficar doente eu vou procurar um médico. Então, na questão profissional também é assim. O primeiro passo é reconhecer que precisa de ajuda e ir atrás desses profissionais. E não ficar achando que se for demitido acabou a vida. Não, isso pode ser o começo de um capítulo muito melhor em sua vida”.
Quer mudar de área? Confira as dicas do mentor Tadeu Ferreet
Estudar a área que deseja ingressar
De acordo com Tadeu, é importante observar atentamente as possibilidades de crescimento vertical e horizontal. Nem sempre o crescimento profissional está na verticalidade. “Um profissional pode crescer horizontalmente a partir do momento que amplia seu network e conhecimento em outras áreas”, indica.
Perceber e identificar habilidades
As suas habilidades estão de acordo com o segmento ou a área de atuação que deseja mudar? Não basta só conhecimento ou saber fazer. É importante identificar o “querer fazer” também. Isso significa, como explica Ferreet, se identificar com as atividades novas que pretende realizar. “Não menos importante, analise se não é apenas um modismo ou uma interferência de terceiros. Talvez não seja o momento ou o que realmente você goste de fazer”.
Estude, estude muito
Se for necessário dê passos para trás, mas não pare de pesquisar, estudar e analisar. “Faça seu planejamento, mas que seja alcançável, mensurável, atingível. Comece a fazer seu network com pessoas que posam ser parceiros, pessoas da área que você deseja atuar, participe de eventos, congressos….”
Confie na sua intuição
“Um gatilho importante são os insights, confie na sua intuição e nos pensamentos que surgem mesmo que não pareçam viáveis. Anote tudo: ideias, mensagens e imagens. Muitos profissionais acreditam que só devem começar algo novo após uma demissão. Vejam suas multifuncionalidades. É possível tocar dois, três projetos ao mesmo tempo, desde que isso esteja te fazendo bem e feliz”, aconselha Tadeu.
Fonte: Agência Educa Mais Brasil
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