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Museu Xucurús completa 50 anos de existência


Museu Xucurús
O Museu Xucurús de Artes e Costumes completou neste domingo 50 anos de existência em Palmeira dos Índios.
Idealizado pelo escritor Luiz B. Torres no fim da década de 60, o museu foi fundado com a colaboração do Bispo Dom Otávio Aguiar e o Tenente Sinhô em 12 de dezembro 1971 e teve como sede provisória a Igreja do Rosário dos Pretos, construída em 1802 e que na época da doação estava desativada, devido à proximidade com a Catedral Diocesana.
O Museu Xucurús – como dizia seu fundador, de lugar provisório foi ficando e a cada dia aumentando seu acervo, que hoje necessita de um inventário e catalogação de seus pertences para preservar a história do povo palmeirense.
Peças de artes religiosas e também “profanas”, fruto de doação de famílias palmeirenses, além de peças indígenas de valor histórico compõe o vasto acervo.
“Lá você pode encontrar tanto uma igaçaba indígena, onde os xucurus kariris enterravam seus entes familiares, como uma medalha do IV Congresso do Partido Comunista do Brasil realizado em 1954 onde está cunhada a efígie de Luiz Carlos Prestes”, disse um visitante.
Defronte a igreja, na praça, encontra-se a primeira locomotiva da Usina Capricho. O Museu está dividido nas seguintes secções: Arte Sacra, armas, louças, montaria, indígena e história.
Há também imagens belíssimas, algumas do século XVIII e XIX. O acervo possui as vestes litúrgicas do 1º Bispo palmeirense e as jóias que caracterizam sua hierarquia episcopal.
Pode se encontrar também uma valiosa coleção de armas que atrai a curiosidade do visitante. Há bacamarte da Guerra do Paraguai, espingarda de pederneiras, punhais de três quinas e muitos outros armamentos usados no século passado. Uma metralhadora feita com um revólver de doze tiros. Balas de canhão do tempo do Brasil colônia. Espada e revólver ainda do tempo em que se usava pólvora, bucha e chumbo.
A Bíblia encontrada no alforge de Lampião e um bilhete escrito pelo próprio punho do temível bandoleiro que amedrontou o Nordeste por muitos anos também pertence ao acervo.
Cama e outros objetos que pertenceram a Manezinho, o menor homem do mundo, com 94 cm de altura e que morreu aos 24 anos (foi motivo de reportagens nas mais afamadas revistas do país) é atração à parte do Museu.
Candeeiros, máquinas de costura; material antigo para fiação e tecelagem, porcelanas antiquíssimas, jóias, tronco de escravos e muitas outras peças que interessam a todos estão lá.
O sonho de Luiz B. Torres permanece vivo
O Museu é dirigido por uma servidora do Município de Palmeira dos Índios Arivoleide Surica Luz, que possui cursos na área de museologia e se dedica diuturnamente a preservação do acervo.
Após várias polêmicas, de 2018 para cá e a ameaça de retirada do acervo do Museu da igreja, foi preciso a intervenção do Ministério Público Federal para estancar a tentativa de arrancar parte da história de Palmeira dos Índios colecionada durante os últimos 50 anos.
O Museu permanece “de p锑, mesmo após as intempéries políticas e a falta de investimento do poder público.
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