Brasil

Enem 2021: prova deste ano registra o menor número de estudantes negros

19/11/2021
Enem 2021: prova deste ano registra o menor número de estudantes negros

Entre os participantes pardos e pretos, a diminuição foi de 52% em relação ao ano passado

Um levantamento realizado pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp) aponta que na edição deste ano do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), registrou-se o menor número de participantes negros inscritos desde 2009.

Entre os participantes pardos e pretos que vão fazer as provas, a diminuição foi de 52% em relação ao ano passado. E mesmo apesar dos esforços para avançar na igualdade e respeito às pessoas negras, o país vê o direito à educação diminuir entre essa população, a exemplo do menor índice registrado de inscritos no Enem de pessoas declaradas negras.

Conforme apurou o Semesp, além do Enem 2021 ter registrado menor taxa de participantes negros e oriundos de escolas públicas dos últimos anos, aumentou o número de pagantes e de brancos. Dos 3,1 milhões de inscritos para essa edição, 11,7% dos participantes são negros. Os pardos – classificação do IBGE – são 42,2% dos aplicantes, menor nível desde 2012. A maioria dos participantes se declara branco e de classe média.

Também houve queda de 77% no número de pessoas inscritas com isenção na taxa de inscrição por carência socioeconômica, em relação à edição anterior do exame. No ano passado, o Enem concedeu 3,6 milhões de isenções por declaração de carência. Neste ano, 822.854 declarações de carência foram aceitas.

O Dia da Consciência Negra é comemorado no Brasil anualmente, em 20 de novembro, mas a luta da população negra, principalmente para ter uma educação digna, já dura anos. Um estudo sobre ação afirmativa e população negra na educação superior, publicado em agosto de 2020, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apurou que 36% dos jovens brancos na faixa etária dos 20 anos estão estudando ou terminaram sua graduação, enquanto entre pretos e pardos o percentual é de 18%.

A desigualdade é verificada, ainda, em alguns cursos superiores, cuja presença de negros não chega a 30%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São os cursos de medicina, design gráfico, publicidade e propaganda, relações internacionais e engenharia química.

*Com informações do Uol

Fonte: Agência Educa Mais Brasil