Alagoas
Alagoas já acolheu mais de 2.500 mulheres vítimas das drogas
Os problemas decorrentes do uso, abuso e dependência de drogas tornam-se uma preocupação mundial, mobilizando recursos e ações interventivas na atenção aos usuários e dependentes. Entre os grupos, registra-se uma crescente no número de mulheres dependentes químicas em busca por tratamento.
Em Alagoas, nos últimos sete anos, o programa Rede Acolhe da Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev) realizou, aproximadamente, 2.500 encaminhamentos de mulheres com problemas decorridos da dependência química em álcool ou outras drogas. Deste total, 1.993 eram adultas e 495 adolescentes.
Um das mulheres beneficiadas por este projeto é a M.N.C.A., que conheceu o crack numa rodinha de amigos e ficou dependente da droga por quase 14 anos. “O crack me afastou da família, dos meus filhos, da minha terra. Por vergonha, saí de Recife e vim para Maceió. Morei num cabaré, onde me prostituí para sustentar o vício”, conta ela.
Cansada da exploração sexual, M.N.C.A foi parar nas ruas, mas continuou se prostituindo. “Para a mulher, acredito que é mais delicado, pois mesmo quem nunca se prostituiu, se vê obrigada a enveredar por esse caminho. Cheguei a ficar cinco noites sem dormir, só usando crack. Certo dia, conheci um rapaz, que me falou sobre o tratamento. Até então eu não sabia que existia”, revela.
“A partir daí comecei a perceber a circulação de carros com o nome Anjos da Paz pela cidade. E por meio do meu companheiro fiquei sabendo que eles também acolhiam mulheres. Decidi ir ao Centro de Acolhimento e fui encaminhada para a Casa Betânia, onde passei seis meses”, detalha, ao contar que após este período passou por uma recaída e teve que retornar para a comunidade acolhedora.
São cinco comunidades acolhedoras voltadas exclusivamente para o público feminino. As instituições, inclusive, permitem que as mães levem seus filhos de até cinco anos para cuidar deles durante o tratamento.
“Isso mostra o empenho da Rede Acolhe em busca de resultados efetivos contra a dependência química e a violência contra a mulher. Estamos cada vez mais ampliando este olhar diferenciado e de cuidado para com estas mulheres que já foram atingidas de forma negativa e viveram em vulnerabilidade social”, enfatizou a titular da Seprev, Esvalda Bittencourt.
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