Economia
Dólar sobe ante rivais com busca por segurança e liquidez devido ao coronavírus
O dólar se fortaleceu ante outras divisas fortes, como o iene, com os investidores em busca de segurança e liquidez em meio à pandemia de coronavírus, mas também apoiado por um possível pacote de estímulos do governo americano no valor de US$ 1 trilhão, o que poderia reduzir os impactos econômicos da doença nos Estados Unidos.
No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 107,69 ienes, o euro recuava a US$ 1,1008 e a libra caía a US$ 1,2082. O índice DXY, que mede o dólar ante outras moedas principais, registrou queda de 1,54%, a 99,575 pontos.
“Os que buscam refúgios mergulham de cabeça no dólar, enquanto os temores sobre o crescimento global aumentam”, comenta o analista sênior de mercado Joe Manimbo, do Western Union. Segundo o especialista, apesar de o dólar ter sido pressionado pelo corte juros extraordinário do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) no domingo, a moeda também encontra apoio na proatividade do banco central, “que deve ajudar a economia americana a enfrentar melhor o impacto do coronavírus”.
Hoje, o Fed anunciou um instrumento de financiamento de “commercial paper” para apoiar o fluxo de crédito para pessoas e empresas e o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, revelou uma proposta do governo americano para liberar US$ 1 trilhão em estímulos fiscais.
“A posição de segurança do dólar ofuscou dados decepcionantes sobre o consumidor, que impulsiona a economia nos EUA”, acrescenta Manimbo, do Western Union, em referência às vendas no varejo americano, que caíram 0,5% em fevereiro ante janeiro.
O euro, por sua vez, foi pressionado pela divulgação do índice de expectativas econômicas da Alemanha, que recuou de 8,7 em fevereiro para -49,5 pontos em março. “Esses números irão piorar depois que a Alemanha fechar sua fronteira, escolas, lojas não essenciais e espaços públicos” devido ao coronavírus, avalia Kathy Lien, diretora-gerente de estratégia de câmbio do BK Asset Management.
Ante moedas emergentes e ligadas a commodities, o dólar subia a 63,1222 pesos argentinos e a 23,1520 pesos mexicanos, mas caía a 16,6503 rands sul-africanos, no fim da tarde em Nova York.
Autor: Iander Porcella
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