Economia
Bolsas de NY fecham em queda, com Nasdaq pressionado e coronavírus no radar
As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta sexta-feira, 21, em dia marcado pela cautela com o coronavírus e seus possíveis impactos nos resultados das empresas. Os setores de tecnologia e serviços de comunicação estiveram entre os mais pressionados, o que fez o índice Nasdaq recuar mais.
O índice Dow Jones fechou em queda de 0,78%, em 28.992,41 pontos, o Nasdaq caiu 1,79%, a 9.576,59 pontos, e o S&P 500 teve baixa de 1,05%, a 3.337,75 pontos. Na comparação semanal, o Dow Jones registrou queda de 1,38%, o Nasdaq cedeu 1,59% e o S&P 500, 1,25%.
O coronavírus e seus impactos pressionaram os mercados acionários americanos hoje. A ação da Apple, que informou nesta semana que o surto centrado na China a impedirá de atingir seus resultados no trimestre, registrou queda de 2,26%. Papéis de tecnologia e serviços de comunicação em geral se saíram mal, como Amazon (-2,65%), Microsoft (-3,16%), Facebook (-2,05%) e Alphabet (-2,21%).
No setor industrial, Boeing fechou em queda de 1,75%, pressionando o índice Dow Jones. As petroleiras tampouco se saíram bem, em dia de queda da commodity: Chevron recuou 0,73%, ExxonMobil cedeu 1,22% e ConocoPhillips, 0,75%.
Os juros dos Treasuries caíram hoje, em dia de maior busca por segurança, o que tende a pressionar ações de bancos. Goldman Sachs fechou em baixa de 0,91%, JPMorgan perdeu 1,22% e Citigroup, 2,28%.
O BMO Capital Markets destaca em relatório hoje a fuga para a qualidade nos mercados de bônus, com consequente pressão sobre mercados de maior risco, como as bolsas. Além disso, lembra que as praças de Nova York estão ainda próximas de recordes históricos, o que abre espaço para ajustes.
Já a Capital Economics considera que o impacto do coronavírus nas economias mais avançadas tem sido “limitado” até agora, mas adverte que há “claramente” um potencial para problemas em cadeias de suprimento capazes de frear o crescimento econômico no primeiro trimestre. Hoje, a Coca-Cola alertou sobre o impacto da doença no primeiro trimestre, mas reafirmou suas projeções para 2020. Após os anúncios, o papel da companhia subiu 0,69%, na contramão da maioria.
Autor: Gabriel Bueno da Costa
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