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Além de Ilan, cinco nomes estão em estudo para o BC
A equipe de transição para o novo governo espera por um posicionamento do atual presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, a respeito de seu futuro. Fontes do grupo afirmaram na quinta-feira, 8, que a permanência do economista no cargo depende de sua “motivação pessoal” e que seu nome não está descartado, ao contrário do que chegou a circular em Brasília. Nos bastidores, a leitura é de que a eventual autonomia do BC pode abrir espaço para Ilan ficar no cargo até março de 2020.
Na equipe de transição, cinco nomes despontam como possíveis substitutos de Ilan: o ex-diretor de Política Econômica do BC Afonso Bevilaqua; o atual diretor de Política Econômica, Carlos Viana de Carvalho; o também ex-diretor do BC e atual economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita; o ex-diretor do BC e sócio da gestora SPX Capital, Benny Parnes; e Roberto Campos Neto, diretor do Santander.
Entre esses nomes, Viana seria a “solução caseira”. Além de fazer parte do atual comando do BC, ele foi levado à autarquia por Ilan e boa parte dos aperfeiçoamentos institucionais realizados nos últimos anos tem a sua participação. Bevilaqua, Mesquita e Parnes, por sua vez, estiveram no BC em outros momentos – assim como Ilan, que foi diretor de Política Econômica de 2000 a 2003, antes de voltar como presidente, em 2016.
Sob a relatoria do deputado federal Celso Maldaner (MDB-SC), o projeto de autonomia prevê mandatos fixos de quatro anos para o presidente e os diretores da autarquia. Cada dirigente poderá ser reconduzido ao cargo uma única vez, por mais quatro anos, como informou ontem o jornal O Estado de S. Paulo e o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado). A nova dinâmica de mandatos fixos começaria em 1.º de março de 2020 – portanto, já no segundo ano do governo de Jair Bolsonaro.
Bandeira antiga
O Banco Central e a equipe de transição têm articulado o andamento do projeto relatado por Maldaner. Após reuniões nas últimas semanas com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com o presidente Michel Temer e com o próprio Maldaner, Ilan foi pessoalmente à Câmara na quarta-feira, 7, para participar de uma reunião de líderes partidários. No encontro, no gabinete de Maia, ele fez um apelo pelo projeto de autonomia – uma das bandeiras mais antigas do BC. O objetivo é aprovar a proposta ainda este ano, antes mesmo da posse de Bolsonaro.
Com a aprovação da autonomia do BC, especula-se que Ilan poderia ficar no cargo até 1.º de março de 2020, e não durante todo o governo Bolsonaro. Ele seria, portanto, o presidente da transição até o início dos mandatos fixos. Ao mesmo tempo, sua permanência até 2020 seria encarada como uma boa notícia pelo mercado financeiro, que está na expectativa quanto ao futuro da economia nas mãos do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. Ilan não fala sobre o assunto. Questionado ontem por jornalistas tanto no BC quanto na Câmara, ele não quis comentar.
Em função da expectativa do mercado quanto ao comando do BC, é pouco provável que a equipe de transição demore ainda muitas semanas para definir a questão. Mesmo porque, o cargo de presidente do BC é um dos mais sensíveis a indicações. E vale lembrar que projetos polêmicos – como este da autonomia do BC – tendem a ter tramitação mais lenta no Congresso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Autor: Fabrício de Castro e Lígia Formenti
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