Política
Assessor econômico de Meirelles defende reforma da Previdência mais rígida
O assessor econômico do pré-candidato Henrique Meirelles (MDB), o economista José Márcio Camargo, diz que, em caso de vitória nas eleições 2018, o emedebista trabalharia para aprovar a reforma da Previdência nos três primeiros meses do governo. Essa reforma, diz o economista, seria um pouco mais dura que a atual proposta que tramita no Congresso Nacional.
“A ideia é aprovar uma reforma da Previdência no Congresso se possível com algumas mudanças para torná-la um pouco mais rigorosa para que a convergência para a idade mínima seja mais rápida que os 20 anos propostos no relatório”, disse o economista ligado ao ex-ministro da Fazenda em debate com assessores econômicos dos presidenciáveis na Universidade de Brasília. “Isso será um processo de negociação, mas a ideia é aprovar a reforma em três meses de governo”.
Na lista de reformas propostas por eventual governo Meirelles, também há a intenção de rediscutir as renúncias tributárias e as vinculações do Orçamento. Essas medidas, diz o economista ligado a Meirelles, “conseguiria liberar uma parte importante do Orçamento”.
Além disso, Camargo defende que a própria execução do Orçamento seja mais rígida. “A partir daí, uma vez aprovado, o Orçamento será impositivo”, disse o economista. “A estrutura do Orçamento é definido na discussão no Congresso. Base e oposição vão definir as prioridades e, a partir daí, vamos executar de forma impositiva. Todos os anos vamos fazer isso sistematicamente”, defendeu.
Camargo defende que o governo Meirelles vai manter o teto de gastos – considerado “absolutamente fundamental” – e adotará uma ampla reforma tributária com adoção do Imposto sobre Valor Agregado (IVA). “Vamos introduzir ao longo de muitos anos. À medida que os incentivos forem acabando, o IVA vai entrando em operação”, disse.
Ainda no campo tributário, José Márcio Camargo diz que o governo Meirelles vai mudar o foco da tributação do lucro para o dividendo. “Os EUA já estão atraindo muito capital. O Brasil cobra 37% de imposto sobre lucro e nos bancos chega a 45%. É muito”, disse.
Sobre a infraestrutura, o governo Meirelles quer atrair investimento privado. Para isso, quer dar liberdade e autonomia financeira para as agências reguladoras, o que criaria um ambiente mais seguro para os investimentos em infraestrutura. “Você precisa ter estabilidade de regras para que haja investimento em infraestrutura. Se não tiver segurança, o investidor não vai investir”.
Fora da agenda econômica, Camargo prometeu que eventual governo Meirelles criará um “Prouni para creches e ensino fundamental”. Sem detalhar a proposta, o economista diz que a intenção é oferecer uma operação para que as famílias pobres possam dar aos filhos creches e escolas de qualidade.
Autor: Fernando Nakagawa
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