Variedades
À beira do ataque de nervos
Claro que não se trata de uma questão transcendental para se ficar pensando, mas por que Monica Iozzi se chama assim? Provavelmente pelo mesmo motivo de outras tantas Monicas da geração dela. Sua irmã mais velha adorava a Turma da Mônica e, quando a mãe anunciou que ia ganhar uma irmãzinha, a menina bateu pé – “Vai ser Mônica.” E foi. O que nenhuma das duas, nem o pai, a mãe, poderia imaginar era que, tanto tempo depois, Monica Iozzi faria a mãe da Mônica no filme que Daniel Rezende realiza.
“Estou igualzinha. Chega a ser emocionante”, confessa. Monica fazendo a mãe da Mônica? “Não poderia recusar, principalmente quando me informaram que a sugestão partiu da Mônica do Mauricio de Sousa.” Dois filmes baseados em HQs, Mulheres Alteradas, que estreia nesta quinta, e Turma da Mônica, adaptado de Laços? “É coincidência, não foi nada planejado. E nos dois os diretores não se prenderam à linguagem do quadrinho. Tanto o Daniel como o Luís Pinheiro (de Mulheres Alteradas) deram liberdade, mas não pediram nada parecido com caricatura. Ambos se preocuparam com a espessura humana das personagens. A coisa dos quadrinhos ficou por conta de cor, cenário, montagem.”
O repórter pergunta, por curiosidade, se Monica viu O Pequeno Nicolas, que Laurent Tirard adaptou das tiras de Goscinny. “Vi, sim. Levei minha sobrinha, que adora o personagem.” O repórter elogia a leveza do filme e pergunta se é isso que Daniel Rezende está buscando? “Embora minha participação seja pequena, bisbilhotei muito. Pedi para ver cenas filmadas e senti essa leveza, sim.” E a Sônia de Mulheres Alteradas? “Não sou essa mãe de filhos estressada, que sonha com uma noite de solteira. Sou muito mais a Leandra (a irmã).”
O diretor Pinheiro tem uma linguagem sofisticada. Cultiva os planos-sequência. Como foi filmar o diálogo das irmãs no carro? “Estávamos no Minhocão e acho que tivemos de repetir umas cinco vezes. Essa coisa de filmar na rua é complicada porque é sujeita a interferências no som, enquadramento. Mas eu sou metida a perfeccionista e, por mim, repetia mais.” Embora tenha cursado teatro, para ser atriz, Monica reconhece ter uma trajetória nada óbvia. “Fui repórter num programa de política, mas já queriam uma coisa mais descontraída. Fui ser apresentadora no CQC e no Vídeo Show. Apesar das diferenças, acho que ambos me aparelharam bem. Treinei muito a improvisação, e hoje ela me serve bastante.”
Encerrada, pelo menos por hora, a fase de apresentadora, Monica está feliz emendando trabalhos de atriz. “Admiro muito a Amora Mautner e não vacilei quando ela me chamou para fazer Assédio. Também fiz um episódio da nova temporada de Carcereiros, como a funcionária que, na cadeia, lê as cartas dos presos e se apaixona por um deles. A história é muito romântica, numa série tão violenta. Tudo isso é para o ano que vem, com o filme da Turma da Mônica.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Autor: Luiz Carlos Merten
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