Doutor Ivan Bezerra de Barros, fundador da Tribuna do Sertão, promotor de Justiça emérito, ex-repórter da extinta Manchete, membro da Academia Alagoana de Letras, vetusto sócio da Associação Alagoana de Imprensa (AAI), presidente de honra da Academia de Letras, Ciências e Artes de Palmeira dos Índios, pode-se dizer um escritor consagrado no seu tempo. E, por isso, reputo como melhor historiador das Alagoas. Escreveu mais de três dezenas de livros enfocando assuntos jurídicos vivenciados na sua bem-sucedida trajetória de homem público probo.

Dentre suas majestosas obras publicadas, destaco “Abrindo a janela do tempo” onde tive o prazer de participar do concorrido lançamento. Reuniu, portanto, intelectuais da terra, de Maceió e de outras plagas pelo prestígio que desfruta na sua longeva existência de excelso jornalista a serviço da comunicação nacional.

Dedicou-a à sua saudosa genitora – Dona Marieta- ( IN MEMORIAM) como forma de interpretar seu pensamento àquela que lhe deu à luz na terra e, ao mesmo tempo, deixou sábias lições que lhe serviram de bússola na indicação de sua estrada terrestre.Traduz, portanto, amor filial que, por certo, norteou todo seu pensamento quer como advogado, quer como escritor nas suas múltiplas atividades incessantes.

Por outro lado, registrou seu amor ao seu genitor – Luiz Vieira de Barros – que, por sinal, deu exemplo de homem público dedicado à sua família. Dessa forma jamais esqueceu os responsáveis pelo seu sucesso neste mundo terráqueo.” Meu pai, como tabelião, amealhou muitos bens e fazendas. Era muito estimado pela sociedade, o seu cartório tinha jurisdição abrangendo Igaci, Minador do Negrão, Cacimbinhas, Estrela de Alagoas (Antiga Bola), Belém”.

No Sumário, vê-se o Prefácio, Por qual razão escreve este livro, Iniciação sexual: a primeira vez, O trem de minha infância, A jovem guarda dos anos 60, Os meus Carnavais, O São João de antigamente, São João das Cassuarinas,Pernambuco Novo, a rua do Seridó, A Rádio em Palmeira, O meretrício do velho bairro de Jaraguá, Ida para o Rio de Janeiro, As misteriosas mortes de JK e Lacerda,Figuras folclóricas de Palmeira, Curriculum Vitae do autor.

A bem da verdade, o autor fez uma retrospectiva de sua vida amorosa, profissional e, por extensão, trouxe à tona suas façanhas com o boêmio  na sua terra natal, bem como na Cidade Maravilhosa onde se destacou como estudante de Direito. Nasceu predestinado às letras. Enfim, soube aproveitar seu tempo como ninguém.

 Diga-se, de passagem, Dr. Ivan Barros inseriu nas páginas “ Abrindo a janela do tempo” aspectos paisagísticos, sentimentais e históricos de Palmeira dos Índios, a saber: prédio da Prefeitura Municipal da cidade, Matriz de Nossa Senhora do Amparo, Primeira companhia de energia elétrica da cidade, cinema Palácio( 1960), Coreto da Praça Costa Rego, hoje Robert Kennedy, O primeiro açougue municipal, Praça de São Pedro( ao fundo vê-se a casa de Sebastião Ramos( pai de Graciliano Ramos), Praça da Independência, Sede da Diocese, Farmácia José Tobias de Almeida, Praça Monsenhor Macedo, Praça da Matriz, Feira livre de Palmeira dos Índios e outros lugares históricos da terra que lhe serviu de berço.

Segundo Everaldo Damião, sócio da Associação Alagoana de imprensa, autor do Prefácio; “ Nessa obra, Ivan faz uma radiografia da sua vida e retrata, num documentário precioso, os fatos e as fotos, os personagens e as cidades, os desejos e os acontecimentos de seu tempo”. Merece, pois, encômios pelo magnânimo livro à disposição da sociedade.Organização: Francis Lawrence.