Variedades
Aldo, The Band celebra volta à independência com 43 achados
“Estar em uma gravadora é como firmar um casamento”, explica André Faria, uma das metades do duo Aldo, The Band, grupo que funde a guitarra com beats e sintetizadores, e entrega um dos shows mais suados de São Paulo – e com uma turnê pela Europa anual, no mínimo. Por três anos, o Aldo, The Band, que inclui também o irmão de André, Murilo Faria, esteve sob a batuta da Skol Music, selo pelo qual lançou seu segundo disco, Giant Flea, no ano passado. “Foi um período de aprendizado”, explicou Murilo, mas passou. Diante da liberdade recém-adquirida, contudo, os irmãos Faria buscam colocar o Aldo, The Band, nos eixos. O início “livres, leves e soltos” chega com 2014 – 2017 Fleas, Burocracy & Demos, uma compilação que passa a limpo a história deles, principalmente nos anos nos quais eram contratados pela gravadora – o primeiro disco, Aldo, é anterior a esse período, de 2013.
A dupla tem uma origem improvável, apesar de Murilo e André serem irmãos – “tudo começou quando, um dia, o André chegou na casa dos nossos pais quando eu estava gravando algumas bases e decidiu colocar algumas vozes”, resume, como um tuíte, Murilo – e talvez fosse a ausência da improbabilidade que faltasse nos anos retratados em Fleas, Burocracy & Demos. A abertura ao novo, inédito e inesperado. A palavra “burocracy”, afinal, não está à toa no título. “Desde o nosso primeiro disco, nossas músicas seguintes talvez não tenham sido lançadas com a forma como a gente gostaria”, explica Murilo. “Foram anos loucos.” Entre as maluquices, inclua um ataque de um mendigo, durante uma espécie de Oktoberfest, em Campinas. Na compilação, é possível encontrar 43 faixas, entre canções inéditas, outras recusadas, demos, versões alternativas e mais – ouça Liquid Metal, com a guitarra de Lúcio Maia.
E o Aldo, The Band, afinal, tem fervura, algo que aproxima a banda do pop. São também pontas de lança, afiados na experimentação de sintetizadores e de estéticas. Prestes a apresentar a “verdadeira” versão deles, com um terceiro disco previsto para este semestre, era importante ficar bem com o passado. “Sair de uma gravadora é como um divórcio”, completa André. Em vez de caixas de papelão, malas de roupa e alguns móveis, na separação dos irmãos Faria com a gravadora, eles deixaram o prédio apenas com um HD, com todos os fonogramas deles salvos nele. Nada de porta-malas cheios. “Coube no porta-luvas”, brincou Murilo.
ALDO, THE BAND
2014 – 2017 Fleas, Burocracy & Demos Independente; Plataformas digitais
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Autor: Pedro Antunes
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