O dólar recua ante o real na manhã desta terça-feira, 6, pressionado pelo avanço das commodities e a desvalorização paralela da moeda americana no exterior em relação a algumas divisas principais e grande parte das moedas ligadas a commodities. Notícias vindas de Seul de que o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, farão uma reunião de cúpula no fim de abril, no vilarejo de Panmunjom, contribuem para o alívio em meio ao apetite dos investidores por ativos de risco.

Segundo Seul, a Coreia do Norte suspenderá todos os testes de armas durante as conversas e também está disposta a discutir com os EUA sobre seu programa nuclear e a normalização das relações bilaterais.

Internamente, são catalisadores da queda ante o real a expectativa de derrota do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no julgamento de habeas corpus nesta terça no STJ (13 horas, de Brasília) e o fortalecimento das apostas em mais um corte de 0,25 ponto da taxa Selic neste mês (dias 20 e 21), após a queda de 2,4% da produção industrial brasileira em janeiro ante dezembro, acima da mediana das projeções do mercado (-2,0%).

Investidores estão na expectativa agora pela pesquisa CNT/MDA, que será divulgada nesta manhã e abrange as eleições de 2018 e avaliações de governo (11 horas, Brasília). No câmbio, os operadores aguardam ainda uma definição do Banco Central sobre eventual leilão de rolagem do vencimento de swap cambial de abril (cerca de US$ 9,029 bilhões). As apostas são de que essa rolagem poderá começar a qualquer momento, o que ajuda também a apoiar um dólar mais fraco.

Às 9h50, o dólar à vista recuava 0,71%, aos R$ 3,2245. O dólar futuro de abril caía 0,60%, aos R$ 3,2315. Em Nova York, o euro estava a US$ 1,2407, ante US$ 1,2334 no fim da tarde de segunda; o dólar subia a 106,35, de 106,22 no fim da tarde de segunda; e a libra avançava a US$ 1,3910, ante US$ 1,3842 no fim da tarde de segunda-feira.

Em relação a divisas ligadas a commodities, o dólar norte-americano perdia frente o dólar australiano (-0,87%), o real brasileiro (-0,60%), o peso chileno (-0,71%), a rupia indiana (-0,19%), o peso mexicano (-0,53%), o dólar neozelandês (-0,99%), o rublo russo (-0,14%), a lira turca (-0,45%) e o rand sul africano (-0,81%).

Autor: Silvana Rocha
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