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O Dia da Criança
Um dos jornais da capital alagoana publicou um artigo do médico Milton Hênio sob este título: Nossas crianças e nosso Brasil. Trata-se de uma publicação feita de quem cuida de criança há vários anos. Lembra o mencionado médico que as crianças “precisam ser educadas, instruídas e saudáveis”.
E prossegue afirmando que “é impressionante o número delas que vivem abandonadas, sem perspectivas nos tempos atuais. Não é de hoje que a criança brasileira vive relegada ao mais absoluto descaso, morrendo aos milhares de causas evitáveis”.
Lembra ainda, dentre tantas coisas, que “atualmente milhares dormem nas ruas, cheiram colas, assaltam e convivem com as piores situações que uma criança nessa idade pode enfrentar”.
Prossegue o mencionado articulista mostrando a evolução do mundo e a falta de amparo dos poderes públicos. Mas como não se vive só de lamento, o médico termina seu artigo desejando que as crianças vivam felizes e muito amadas.
Gostaria de citar algo de certas considerações feitas por Frei Antônio Moser, OFM que ainda aumentam as ameaças à vida dos nascituros. Diz o citado religioso que se avalia em 50 mil mortos por ano no nosso querido Brasil.
Por essas e outras razões, é louvável que a Câmara Municipal de Maceió faça a entrega da Comenda Amiga da Criança. Por esse motivo foram agraciados: O Programa Integração AABB Comunidade, o Centro de Educação Ambiental São Bartolomeu, a professora Alizete Maria Maneira Gomes e Zilmara Oliveira Lages Pita de Almeida.
O dia 12 de outubro é o Dia da Criança. Como se deve saber, Artur Bernardes, então presidente do Brasil, foi quem instituiu essa celebração. Vem-me à mente uma criança, com uma roupinha velha mais limpinha, pediu-me uma ajuda para que a mãe tivesse condições para comprar carvão a fim de preparar uma “comidinha”. De imediato fiquei a pensar: ajudar uma criança a se viciar em pedir esmola ou deixar de ajudar uma criança quando ela e a mãe estão com fome?
Resolvi conversar com a criança. Disse-lhe que poderia ajudá-la mas ela iria ler o que ia escrever. A resposta veio de imediato: “Eu não sei ler”.
Escrevi o que se segue no ano de 2012: “Eu não sei ler”: essas palavras são pungentes, mormente quando partidas dos lábios de uma pobre criança que não conhece uma sala de aula. Conversei com aquele pedacinho de gente que chegou a sorrir, mostrando os pequenos dentes amarelados e estragados. Nunca mais vi aquela criança. Sei que seu pai saiu de casa à procura de algum trabalho. Assim me afirmou aquele ser tão frágil e tão sem futuro. Trata-se, pois, de uma criança “órfã” de pai vivo. E quantos meninos e meninas estão por aí em condições semelhantes?
Após outras considerações, inclusive sobre os assaltos aos cofres púbicos, quando alguns já se tornaram milionários, mostrei que nem tudo está perdido. Com efeito, ainda existem pais e mães que tudo fazem em favor dos filhos.
Derramam sangue, suor e lágrimas para que seus rebentos possam crescer física, intelectual e espiritualmente. Ainda se encontram lares onde há amor, alegria, onde as mães falam aos filhos sobre Papai do Céu.
Muitas vezes no Dia das Crianças os pais não possuem, condições para dar um pequeno presente aos filhos, mas estes sentem que são amados.
Para quem é cristão deveria reinar, num tugúrio, muito amor, perdão e congraçamento. Que as autoridades devidamente constituídas, estanquem a sangria dos cofres públicos e os pobrezinhos tenham direito a uma vida simples mas não miserável.
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