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Um escritor multiforme
Se a palavra “multiforme” posso empregá-la a uma pessoa, para compor suas qualidades múltiplas, então a mesma seria direcionada pra um escritor de mão cheia: Ivan Bezerra de Barros, esta figura de cepa, da histórica cidade de Palmeira dos Índios, lá fincada nos sertões das Alagoas, onde como uma espécie de “tripartite” faz a junção com Quebrangulo e Viçosa.
É descrito, nas páginas do seu “curriculum vitae”, como jornalista, advogado, promotor de justiça, decano da Academia Alagoana de Letras, fundador da Academia Palmeirense de Letras, Ciências e Artes, fundador do jornal Tribuna do Sertão e segue uma sequência invejável de produção literária (29 livros publicados) e inúmeros artigos espalhados pelo país.
Segui-lo na sua trajetória de homem das letras e constatar o quanto a sua versatilidade se traduz em obras variadas (as mais expressivas, são as biografias) seria determinar carreira sólida que o faz merecedor do título de “O maior biógrafo alagoano (e de alagoanos)”, justa e merecida honraria que a poucos se pode imaginar no Brasil.
Dileto amigo, poderoso na voz, na escrita e no acolhimento, Ivan Barros, por si só traduz o homem simples, cheio de conhecimento e transbordado de bondade. Os antigos, dos meus tempos de juventude, dizem ser “uma enciclopédia ambulante”.
Mas recebo, nestes dias, um exemplar do seu livro “A Mulher Brasileira nas Artes, Ciências, Literatura e Política”, com 196 páginas, em sucintas biografias de figuras ilustres do nosso país. Descreve-as com uma fineza toda especial, contemplando algo em torno de 54 mulheres representativas e que, sem qualquer sombra de dúvidas, merecedoras das mais altas distinções.
Ivan Barros é meticuloso nas narrativas histórias de cada qual, não se perdendo em nada e deixando, sempre, algo que cada uma tem de grandeza pessoal. O fato é que na composição destas pequenas biografias, o autor se posiciona com todo cuidado possível em relatar a verdadeira faceta destas “mulheres de fibra” que, somente descritas num livro, a memória não se perderá do que elas representaram e representam.
Com que voracidade estou lendo esse livro e tomando conhecimento do que cada uma delas tem de peculiar e de importância no cenário brasileiro. São todas de um valor incomum, pela garra, pela sabedoria, e pela participação ativa em cada setor que se dedicaram e dedicam.
Contudo, para que pudéssemos saber destas virtudes, destas características artísticas, científicas, literárias e políticas, teríamos que possuir em nossas mãos e ao conhecimento geral, uma obra como essa, criada também por um intelectual de sobejo valor que leva o nome de Ivan Barros.
Poderia, este pequeno artigo soar como excessos de encômios? Não. A pura verdade não se deixa engavetada numa escrivaninha de sala fechada. O mundo conturbado de hoje, requer conhecimento de figuras como estas para nos alentar aos embates do cotidiano. Prova disso, é a obra contemplando mulheres de regiões diversas e que, somente com muita luta e dedicação, são objetos e merecedoras da nossa admiração e apreço.
Além do que representam, estas mulheres podem causar um certo “frisson” a muitos e muitas que ainda titubeiam em arregaçar as mangas para verdadeira batalha-batalhada.
Parabéns, Dr. Ivan Barros, por nos proporcionar leituras como esta!
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