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Fotografias de Théo Brandão é tema de projeto de pesquisa
O acervo fotográfico do Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore (MTB) está sendo objeto de uma pesquisa financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal). Com duração de um ano, o projeto Memória e fotografia no folclore alagoano: da preservação ao compartilhamento das imagens tem o objetivo de preservar, pesquisar e disponibilizar uma parcela do material fotográfico do Museu, por meio do acesso virtual do acervo da produção etnográfica de Théo Brandão.
O projeto visa, entre outras finalidades, digitalizar cinco subséries fotográficas do acervo, investigar a trajetória das fotografias no contexto do material do MTB, realizar pesquisas e produzir verbetes sobre fotógrafos, grupos folclóricos, folguedos e personagens relacionados às fotografias do acervo.
De acordo com a coordenadora do projeto e professora do Instituto de Ciências Sociais, da Ufal, Fernanda Rechenberg, o projeto também é uma oportunidade de investir na abordagem antropológica, na pesquisa em fotografia, acervo, museus e estudos de folclore, além de refletir sobre as transformações dos fenômenos pesquisados por Théo Brandão.
A professora ressalta que esse projeto representa a continuidade de um conjunto de ações que vem sendo realizadas na instituição em prol do reconhecimento do Museu, enquanto um centro de referência para as pesquisas dos mais variados campos disciplinares em torno da cultura popular e das expressões folclóricas do estado de Alagoas.
Acervo fotográfico do MTB
Desde 2011, Fernanda atua em projetos que visam a recuperação e pesquisa do acervo fotográfico do Museu Théo Brandão, sendo proponente das ações anteriores de organização e higienização do referido acervo. Nessa época, com a coordenação de outros professores, os acervos sonoro/visual e documental também começaram a ser objeto de pesquisa e recuperação.
Durante o projeto anterior, o material fotográfico foi higienizado, numerado e acondicionado. “O acervo foi objeto de vários projetos de pesquisa e extensão voltados para a organização. O atual projeto está voltado à constituição de um recorte que oportuniza a pesquisa nesse acervo e a produção de conhecimento a partir desse material. A digitalização é uma etapa importante nesse processo”, explicou Fernanda.
No decorrer da sua trajetória de pesquisador, Théo Brandão fotografava e gravava entrevistas em áudio para registrar os dados das pesquisas com mestres e grupos de cultura popular. “Essa produção etnográfica de Théo Brandão constitui referência para a memória da pesquisa nos campos da Antropologia e do folclore no estado de Alagoas”, disse a pesquisadora.
Fotografia dos folguedos
O acervo fotográfico consiste em aproximadamente 3,7 mil fotografias em papel fotográfico e 800 fotografias em negativos e diapositivos. O projeto atual terá o enfoque nas fotografias relativas às pesquisas de Théo Brandão.
Nessas pesquisas, os folguedos populares foram o principal objeto de investigação do folclorista. “A escolha dessa abordagem se deu porque é um recorte do acervo mais inédito em termos de folclore, de grupos de folguedos populares. O foco do projeto é ir em busca desses grupos e retornar as fotografias para eles ou familiares, pessoas que provavelmente tiveram pouco acesso à fotografia ao longo da vida. O acervo tem uma importância na memória do Estado, da cultura popular, mas as fotografias têm uma importância na memória da vida dessas pessoas”, comentou Fernanda.
A pesquisa conta com a consultoria da equipe do Centro de Conservação e Preservação Fotográfica (CCPF), da Fundação Nacional de Arte (Funarte), por meio de um convênio realizado entre o Museu Théo Brandão e o CCPF.
De acordo com o projeto, a abrangência desse trabalho inclui a proteção à integridade física e a promoção da acessibilidade do material fotográfico. “É um passo na construção da acessibilidade a uma rara documentação das práticas relativas às tradições populares em Alagoas, que é significativa para a memória dessas tradições, para a biografia dos seus protagonistas e também para a memória do folclore brasileiro”, ressaltou Fernanda.
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