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Crônica de Ano Novo

04/01/2017
Crônica de Ano Novo

Antes de se vestir de “branco”, símbolo da pureza e da paz, ou de vestir-se de “amarelo”, para atrair para si riqueza e prosperidade, devemos refletir sobre a “cor da alma” que queremos ter nesse Novo Ano que se inicia. Essa “alma” que deve possuir todas as cores do arco-íris. Um pouco de tudo, embalado pela esperança de ter um mundo melhor, mais atraente e mais útil, com seres humanos menos violentos e muito menos corruptos.

Mas, também reconhecer que devemos realizar atos e ações que promovam o amor, a fraternidade e a tolerância, sem empurrar com a barriga para o próximo ano o que de mais importante se deve fazer nesse Novo Ano. Pouco ou quase nada adianta fazer “simpatias” e “promessas” a espera de um futuro melhor, se não mudarmos as atitudes pessoais e agir com mais simplicidade e humildade.

É claro que precisamos da “Fé” para mover as montanhas intransponíveis que nos cercam. Combater a “preguiça” e o “desânimo” é indispensável para avançar contra as batalhas que desejamos vencer. Por isso, é preciso lutar, seguir em frente, com coragem e determinação. Também é preciso rezar e orar para não sermos desviados do caminho que escolhemos trilhar nesse Novo Ano.

A Oração da criatura, com devoção ao Criador, tem o poder e a força de eliminar todos os obstáculos no meio do caminho. Afinal, “é dando que se recebe e é perdoando que se é perdoado”, ensinou-nos São Francisco de Assis.
Portanto, durante essa caminhada rumo ao Ano Novo é dever de todo cristão (extensivo aos “iluminados” de todas as outras religiões) definir seu trajeto e pontuar seus objetivos, observando a lição sábia do Mestre dos Mestres: “eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Nessa nova caminhada pense e medite em silêncio, sem nada falar e sem se distrair, refletindo sobre tudo o que fez ou deixou de fazer no transcorrer do Ano Velho que já se foi. Reavalie seus sonhos, seus anseios e suas aspirações.

Cuidado com a “ambição”, porque ela é nefasta, diabólica e falsa. Sugiro que descubras novas coisas que ainda não fez, mas que lhe proporcionaria felicidade e paz profunda. Visite os parentes e os amigos e lhes seja solidários. Todos nós temos sempre algo a oferecer àqueles que nos amam e nos servem. Um abraço sincero, uma palavra bondosa e um sorriso franco já agradam o nosso semelhante. Tudo pode acontecer quando olhamos para o outro com amor e com ternura. Comecemos olhando para os familiares, sem nunca se esquecer dos vizinhos, dos amigos e dos benfeitores.

O Novo Ano só acontece para quem é capaz de se fazer Homem Novo ou Mulher Nova. Mesmo diante dos aborrecimentos, das tristezas e das angústias, vale apenas sorrir e manter a esperança. Aliás, nem tudo são flores e calmaria. As dores e os problemas existem e sempre existirão, mas a estrada está posta diante de si mesmo para ser caminhada e o caminho é longo, mesmo com os momentos de desespero e instantes de incerteza.

Nesse Novo Ano que se inicia devemos olhar em frente rumo ao futuro próspero, sem se preocupar com as coisas que não se realizou, porque isso gera “depressão”; sem almejar ou antecipar as coisas que fará no amanhã, para não sentir a dor da “ansiedade”; sem se revoltar com o que não fará hoje, para não sentir “angústia” nem “desprezo”. Viva com intensidade cada dia, realizando o que é possível fazer, pois durante o caminhar no Novo Ano você terá tempo de sobra de concretizar seus vários sonhos.

A propósito, chegou a hora de ler mais e de escrever muito. Escute mais e não deixe de falar, de comentar e de se indignar diante dos erros e dos absurdos praticados pelos outros, mesmo que esses agentes sejam seus amigos ou familiares. Seja amável com os inimigos; tolerante com os incrédulos; fraterno com os carentes; incisivo com os irresponsáveis. Encare a vida com intensidade, sendo criativo e humanitário. Faça tudo isso acontecer nesse Novo Ano, que não lhe foi possível realizar no Velho Ano que já se foi.

Esqueça a pressa de querer fazer tudo de uma só vez. De acordo com o Livro de Eclesiastes (Capítulo 3): “Tudo tem o seu tempo determinado… há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de colher; tempo de adoecer e tempo de curar; tempo de derrubar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; (…) tempo de abraçar e tempo de afastar-se; (…) tempo de calar e tempo de falar; tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz”. Pensemos nisso! Por hoje é só.