Certa feita observei uma criança de 3 anos, beijando e dizendo palavras de carinho a uma boneca de plástico, que ganhara de presente. Em outra oportunidade, vi certa criança batendo em outra boneca semelhante e dizendo: “Você merece apanhar….” .

Possivelmente esta criança tinha também 3 anos de idade. Como eu tinha conhecimento dos pais de ambas as crianças, foi fácil descobrir o modo de agir das crianças.
A primeira recebia carinhos de seus pais. A segunda criança apanhava da mãe. Estava, portanto, explicada a razão do modo de agir diferente de ambas as crianças.

A propósito, a Pastoral da Criança – CNBB deixou, para quem quiser, os Dez Mandamentos para a Paz na Família. E precisamente o 4º mandamento assim se expressa: “Eduque seu filho através da conversa, do carinho e do apoio e tome cuidado: quem bate para ensinar está ensinando a bater”.

Aproveitando a oportunidade, devemos levar à mente e à vida pelo menos mais alguns mandamentos para a Paz da Família. “Procure resolver os problemas com calma e aprenda com as situações difíceis, buscando em tudo seu lado positivo”. Mister se faz que haja muito equilíbrio em situações difíceis, mas isso ajuda a acalmar os ânimos. Do contrário, leva os outros ao desespero e isso nada resolve.

Outro mandamento assim se expressa: “Dê bons exemplos, pois a melhor palavra é o nosso jeito de ser”. Se temos condições de dar bom exemplo é uma atitude muito importante, uma vez que apenas dizer: “Faça o que digo, mas não faça o que faço”, isso é muito pouco para alguém aceitar o conselho.
Caso um pai de família, diga a seu filho que não use droga, mas ele usa, não vale esse conselho. Portanto o mau exemplo macula o bom conselho.

Outro mandamento: “Reserve momentos para brincar e se divertir com sua família, pois a criança aprende brincadeira e a diversão aproxima as pessoas”.

Na verdade já se disse que homem algum é uma ilha. O ser humano foi feito para viver comunitariamente. E a criança não deve viver solitariamente.
Certa feita vi uma criança dizer que estava com sede. Coisa comum em criança, principalmente no tempo de verão. Alguém levou a criança a uma casa, mas já nas proximidades o pequerrucho disse:

“Não quero ir àquela casa. É casa de pobre”.
Como seria bom que as crianças de pais mais abastados não julgassem as crianças pobres como seres inferiores! Seria bom que os pais, com mais recursos, dissessem que eles (os pais) não eram melhores do que os pobrezinhos, pois todos somos filhos de Deus!

Convém sempre lembrar que a criança não é um adulto em miniatura. A criança tem suas características próprias. O Divino Mestre disse certa feita: “Deixai vir a mim as criancinhas e não as proíbas, porque delas é o reino dos céus”.

Victor Hugo em As Folhas de Outono afirmou: “É tão bonita a criança com seu doce sorriso, / Sua doce boa fé, sua voz que tudo quer dizer, / Suas lágrimas logo acalmadas, / Deixando a vista assombrada e arrebatada, / Oferecendo de todos os lados a jovem alma da vida, e a boca os beijos”.
É bom lembrar o que disse Turgot: “O problema essencial da educação é dar o exemplo”.