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A Proclamação da Republica
Como se sabe, no dia 15 deste mês de novembro, foi feriado nacional, lembrando destarte a Proclamação da República, da nossa Pátria. A. Souto Maior assim se expressou: “Os historiadores apresentam geralmente como causas principais da Proclamação da República a questão religiosa, a abolição e a questão militar”.
Inegavelmente esses fatores foram muito fortes, mas não se pode olvidar que a índole do brasileiro sempre foi a favor da república. Como aqui não se trata de uma tese, apenas uma alusão a alguns fatores que influenciaram no que diz respeito à mudança de regime.
Devemos estar cientes de que havia uma instituição denominada Padroado. O governo, através dessa instituição, tinha o direito de indicar, por exemplo, sacerdote para o episcopado. Frei Vital, chamava-se Antônio Gonçalves de Oliveira, era natural de Pernambuco. Ao pertencer à ordem religiosa mudou de nome ficando conhecido como frei Vital Maria Gonçalves de Oliveira.
Eis que o aludido sacerdote foi nomeado bispo da diocese de Olinda, aos 27 anos de idade. Uma das primeiras medidas do novo bispo foi determinar que todos os maçons fossem desligados das irmandades católicas.
Por sua vez, Dom Antônio de Macedo Costa, bispo de Belém do Pará resolveu seguir as pegadas de Dom Vital. Convém registrar que Dom Macedo Costa ascendeu ao episcopado com trinta anos de idade.
A verdade é que ambos os bispos foram condenados à prisão. O barão de Penedo tentou, junto à Santa Sé, que houvesse uma revisão na medida realizada pelos dois bispos. Eis que o Papa de então mostrou-se favorável a uma medida conciliatória. Quando, porém, soube da prisão de ambos os bispos, resolveu, como diz um historiador, “não mais atender à diplomacia imperial”. Através do duque de Caxias e do conselho de Estado, ambos os bispos foram anistiados.
Claro que a monarquia saiu perdendo diante do episódio da prisão dos dois bispos, uma vez que a chamada “Questão Religiosa” tornou-se impopular. Os católicos ficaram abalados com a prisão de dois bispos. Por conseguinte, a ideia republicana saiu-se mais forte e mais poderosa, enquanto o Império ia inclinando-se para o ocaso.
Com relação à abolição da escravatura, houve grande impacto entre os grandes proprietários rurais. Ficaram com seus campos mas sem os seus trabalhadores. Não foram indenizados. Consequentemente, aderiram ao movimento republicano.
Logo após a assinatura da chamada Lei Áurea, o Barão de Cotegipe disse a Princesa Isabel, filha de Dom Pedro II sua substituta legal: “A senhora acabou de redimir uma raça e perdeu o trono”.
Lembro aqui o que escreveu A. Souto Maior: “Na madrugada de 17 de novembro de 1889 o Imperador e sua família seguiam para o exílio. Recusou Pedro II o auxílio financeiro que lhe foi oferecido pelo Governo Provisório. No mês seguinte perdia sua esposa, a imperatriz Teresa Cristina. Dois anos depois, a 5 de dezembro de 1891, D.Pedro II faleceu no Hotel Bedford em Paris”.
Posteriormente, foi revogado o banimento da família imperial. Isso ocorreu precisamente no governo de Epitácio Pessoa, no ano de 1921. E os restos mortais do imperador e de sua esposa foram trasladados para o Brasil e jazem na igreja Catedral de Petrópolis.
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