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Culto à poesia
“ Se você me amar/ Fico Feliz/ Se você me desejar / Fico Feliz/ Se você me adorar / Fico Feliz/ Se você me procurar/ Fico feliz/ Se você me beijar/ Fico feliz/ Se você me idolatrar/ Fico feliz; mas se você disser que não vive sem mim/ Ficarei eternamente feliz”. Poema – Felicidade – inserido no livro de estreia do saudoso Professor de Economia Bartolomeu Miranda que, por sinal, chegou às minhas mãos através de sua viúva Lêda.
Confesso fiquei surpreendido com sua arte de versejar. Bartô, mestre de Macroeconomia do então Centro de Ciências Sociais Aplicadas, sempre falava de agregados econômicos, inflação, balanço de pagamentos, subdesenvolvimento, desenvolvimento econômico. Jamais sobre a poesia que se encontrava guardada no seu interior. Contudo, faço o comentário de seu livro com muita satisfação e apreço à sua memória.
A obra, por sua vez, tem a marca do vate Jucá Santos e, por isso, reproduzo o que escrevera sobre o talento do saudoso escritor/ poeta. Diga-se, de passagem, com a propriedade que lhe é peculiar. Isto é, faz da poesia a própria vida de fazer versos imorredouros.
“ Há no livro de estreia do meu querido amigo Bartolomeu Miranda uma prova inequívoca de se tratar de poeta que veio para ficar. Escreve com inspiração e alma, colocando em seus poemas tudo o que lhe dita o seu espírito de sonhador”.
Por outro lado, as orelhas foram escritas pelo também poeta/ escritor Emmanuel Fay, sócio efetivo da Associação Alagoana de Imprensa (AAI). E, sendo assim, vale a pena fazer uma reflexão a respeito da obra, bem como do inesquecível Bartolomeu Miranda.
“ Escreva sempre sem preocupar com efeitos especiais ou montagens virtuais. Aguardo seus novos poemas e desejo que os seus amigos leitores possam gozar das delícias do seu pensamento que por certo se realizará no campo da poesia com êxito”.
No Sumário de sua coletânea de poesias, vê-se o poema – Nuvens de Verão – que denominou seu livro. “ Quando passa sombria / Baixa o calor ardente,/ A temperatura esfria/ E o homem fica contente./ A cor da água do mar/ Fica refletida é dégradé,/ A beleza é para apreciar/ / E o ambiente dá prazer./ As plantas sorriem a toda hora,/ O homem a toda hora agradece,/ É o que da natureza aflora/ Da ação de Deus que aparece./ Os animais reagem satisfeitos/ Pela queda abrupta da temperatura,/ Os parasitas diminuem seus efeitos, / Aumentando neles a desenvoltura./ O líquido gostoso que solta/ Embora rápido e efêmero,/ Alegra, agrada e empolga/ A todos com alívio e esmero”.
Exalta em versos Nossa Senhora, Mãe de Jesus Cristo. “ Bendita no universo do bem!/ Escolhida pelo advento da fé,/ Sacrificou sua reputação além,/ Do limite permitido a José. / Sua missão é nobre na terra/ E do Céu o desígnio sacrificado/ Para seu povo a salvação eterna/ Com um gesto abençoado./ Maria ! Sua condição Imaculada/ Registra a prova da Divindade,/ Na vontade do Pai profetizada/ Em benefício de toda humanidade./ Mãe de Jesus, elevada Mulher, / Pelo Espírito Santo engravidou/ O menino anunciado que se quer,/ Para exercer sua missão de Salvador”.
A poesia de José Bartolomeu é, por excelência, produção nítida de seu caráter, de sua fé cristã, e, sobretudo, humanitária. Escolheu temas de sua vivência quer como adolescente, quer como adulto enfrentando as intempéries da vida. Amante da noite, fez referência ao Cabaré com versos de quem sabia desfrutar das ilusões da vida.
“ A penumbra sombreava/ O salão de certo animado, / E a alegria de manifestava/ Pelo som que era escutado./ A cada mesa os papos/ Rolavam misturando/ Bem contados fatos,/ E a noite ia passando./
O som estridente da vitrola,/ Os casais enamorados / Ouviam um samba de Cartola/ E dançavam empolgados./ Mulheres bem vestidas/ Com decotes palpitantes/ Os lindos seios à vista/ Igualmente às madames.”
Dedicou poema à sua esposa Lêda. Inspirou-se no amor e fez da poesia sua paixão eterna. Por certo, amou-a de verdade para eternizar seu pensamento de homem que soube escolher sua companheira, mulher leal e amiga.
“ Branca, linda e charmosa,/ De ti aguardo surpresa,/ És forte e formosa/ Quero ser sempre tua presa./ Ao tocar-te todo dia/ Sou eterno no prazer,/ Sem sentir nostalgia/ Mas o teu bem-querer./ Dúvidas ? Não sei por quê? / Cheia de graça e glamour,/ Como no matrimônio, o buquê,/ Assim formosa é tu. / És bela, sincera e altaneira./ A todos conquistas amizade./ És grande companheira,/ Ao marido, só felicidade”. Bartô, você amigo, deixou saudades de um homem que desfrutou das delícias da vida. Peço ao Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, que se apiede de sua boa alma. Organização: Francis Lawrence.
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