Variedades
Alagoas lidera o ranking de artesãos cadastrados no Programa do Artesanato Brasileiro
Ver sua arte lançada ao mundo sem fronteiras. Esse é um dos sentimentos que os artesãos buscam ao procurar ferramentas que auxiliem no reconhecimento do seu trabalho. Com esse objetivo, artesãs do projeto ‘No Tacho do Riacho’, do bairro de Riacho Doce, compareceram, nesta sexta-feira (21), ao auditório da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur), para adquirir a Carteira Nacional do Artesão.
O projeto que iniciou parar fornecer qualidade de vida às mulheres que sofriam de obesidade, depressão, pressão alta e outras patologias, atende hoje 24 pessoas da região que já vêm no bordado uma fonte de renda.
Para a coordenadora do projeto ‘No Tacho do Riacho’, Gianinna Schaeffer, o artesanato possibilitou uma melhora significativa na qualidade de vida das mulheres. Segundo ela, muitas já diminuíram a medicação ou pararam de vez, além de descobrirem uma nova profissão. Na visão dela esse registro vai potencializar ainda mais o trabalho, servindo como um verdadeiro estímulo.
“O registro dessas mulheres enquanto artesãs, num primeiro momento, é uma conquista. Muitas delas não tiverem acesso aos estudos ou estudaram muito pouco. Trabalhavam como domésticas ou em barracas de praia. Com essa visão profissionalizante do artesanato, além de ampliar a possibilidade delas que podem expor seus produtos em feiras, por exemplo, tem o estímulo de melhorar cada vez mais o trabalho, deixando de ser apenas uma terapia, para se tornar uma profissão”, comenta Gianinna.
De acordo com Aparecida Nunes, supervisora de Design e Artesanato da Sedetur os benefícios da carteira para o artesão são inúmeros e fortalecem o empreendedorismo da atividade.
“Além da isenção de ICMS na emissão de notas fiscais avulsas, a carteira possibilita uma maior facilidade para aquisição de maquineta para a venda com cartão de crédito, fundamental hoje para quem trabalha com vendas. Além disso, o artesão fica apto a se inscrever em editais abertos pela Sedetur para levar seu trabalho para feiras de artesanato em todo o país e tem acesso as capacitações promovidas pela secretaria”, destaca Aparecida.
De acordo com dados da Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa, Alagoas lidera o ranking com 13.119 artesãos cadastrados no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (Sicab). A Bahia aparece em segundo lugar, seguida do Ceará.
Para obter a carteira, o artesão deve comparecer de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h, na Sedetur, portando RG, CPF, comprovante de residência, uma foto 3×4 e a demonstração do produto para que seja comprovada sua habilidade que será cadastrada na carteira. O documento é gratuito e fica pronto em até cinco dias úteis.
O bordado possibilitou a artesã Maria Natália Alves de 50 anos, integrante do projeto No Tacho do Riacho, uma nova perspectiva de vida. Antes doméstica, hoje Natália fala com orgulho sua nova profissão: artesã.
“Agora eu sou bordadeira. Já recebo encomendas e tiro do bordado minha fonte de renda. Esse registro veio pra mudar muita coisa na nossa vida. Agora vamos produzir com ainda mais vontade e o nosso nome vai ficar muito mais forte e em evidência. Agora somos apenas as bordadeiras do Riacho Doce, mas depois do registro teremos muito mais força, podendo expor fora do estado e divulgando o nosso trabalho”, afirma Natália
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