Política
PSDB e PMDB temem onda de desgaste na Lava Jato
O PMDB e o PSDB temem passar a sofrer os efeitos que o PT já enfrentou na Operação Lava Jato. As revelações sobre os petistas aconteceram em escala superior na comparação com o que se sabe até agora a respeito de políticos do PMDB e do PSDB _os dois principais partidos de apoio ao governo Temer. Haverá dano a petistas nessa nova rodada de delações, mas o PT já teve um desgaste pelo qual ainda não passaram PMDB e PSDB.
Nos últimos dias, a imprensa publicou informações sobre o avanço de delações de executivos da Odebrecht e também sobre complementos de colaborações de funcionários da Andrade Gutierrez.
As delações mais preocupantes são as dos executivos da Odebrecht, porque tendem a expor informações novas sobre peemedebistas e tucanos. Há bastidores que dão conta de revelações a respeito de Moreira Franco, secretário que cuida do programa de privatização do governo Temer, e de Geddel Vieira Lima, ministro da Secretaria de Governo, que é o articulador político do Palácio do Planalto. Existem informações de citações ao presidente Michel Temer, mas, por ora, num contexto de repasse de recursos de caixa 2 à presidência do PMDB.
Os tucanos também têm preocupações com as delações da Odebrecht, porque há informações sobre caixa 2 e pagamento de propina. Os citados são o ministro José Serra, o senador Aécio Neves e o governador Geraldo Alckmin.
Todos esses políticos já se manifestaram sobre as suspeitas da Lava Jato, dizendo que os recursos que receberam foram contabilizados legalmente.
Detalhe importante: como aumentou o número de delatores da Odebrecht, grupo que passará de cerca de 50 para 80 pessoas, isso também significa maior demora no fechamento dos acordos de delação premiada, o que alimenta rumores e temores nos dois principais partidos de sustentação do governo.
Os tucanos e peemedebistas temem que a Andrade Gutierrez, depois de ter revelado repasses ao PT, conte novidades em delações complementares sobre pagamentos a políticos do PSDB e do PMDB.
No governo, a principal reação é reforçar a agenda de votações. Há pressa do Palácio do Planalto em continuar a aprovar no Congresso medidas que possam ajudar a recuperar a confiança na economia. Ou seja, apenas uma melhora econômica poderia fornecer alguma blindagem, mesmo assim precária, para enfrentar as delações que estão por vir.
O presidente Michel Temer tem ciência de que o sucesso ou fracasso do seu governo dependerá da economia. No entanto, a Lava Jato pode ser um fator político de desestabilização.
No Congresso, a conversa de bastidor é a respeito de alguma anistia a quem praticou caixa 2. Acontece que os investigadores da Lava Jato não têm aceitado que os delatores narrem repasse de recursos como se fosse somente caixa 2. Ou seja, a força-tarefa considera que não houve contribuição eleitoral para cobrar eventuais favores no futuro, mas, sim, pagamento de propina.
Os investigadores tratam os relatos de caixa 2 como corrupção ativa ou passiva de quem deu e de quem recebeu. Além da dificuldade de enfrentar a opinião pública para aprovar uma anistia de caixa 2, haverá, portanto, o obstáculo da própria apuração da força-tarefa, que tende a encaixar essa prática dentro de tipos penais mais graves.
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