Política
Efeito dominó: cai ministro do Turismo, o terceiro do Governo Temer
Acusado de ser um dos agraciados com propinas por meio da corrupção na Petrobras, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, vai entregar na tarde desta quinta-feira sua carta de demissão ao presidente em exercício da República, Michel Temer (PMDB). A informação foi confirmada pelo Palácio do Planalto. A razão oficial do pedido de desligamento não foi divulgada pelo Governo interino.
Alves é a terceira baixa na gestão Temer, em 35 dias de governo, por conta da delação premiada assinada pelo ex-senador Sérgio Machado no âmbito da Operação Lava Jato. Antes dele caíram os então ministros do Planejamento, Romero Jucá, e da Transparência, Fabiano Silveira. O primeiro era suspeito de obstruir o trabalho dos policiais, o segundo foi gravado orientando um dos investigados (o senador Renan Calheiros) de como se defender.
Antes de pedir sua demissão, Alves havia dito que repudiava as informações dadas pelo delator Machado e a chamou de “irresponsável” e “leviana”. Sem o cargo de ministro, o peemedebista perde a prerrogativa de foro privilegiado e pode passar a responder ao juiz Sergio Moro, da primeira instância da Justiça Federal no Paraná.
A situação de Alves se complicou depois que veio à tona a delação premiada de Machado citando que o ministro teria recebido 1,5 milhão de reais em recursos ilícitos disfarçados de doações eleitorais entre os anos de 2008 e 2014.
Filiado ao PMDB do Rio Grande do Norte, Alves já presidiu a Câmara dos Deputados entre 2013 e 2015. Foi eleito deputado federal por 11 mandatos consecutivos e tentou, sem sucesso, se eleger governador no ano de 2014. Como não foi eleito, a então presidenta Dilma Rousseff (PT) o nomeou ministro do Turismo, cargo que manteve na gestão interina de Michel Temer, mesmo sendo um dos investigados pela operação Lava Jato.
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