Política
Renan diz que pedido de prisão contra ele é “desproporcional” e “abusivo”
O presidente do Senado, Ren
an Calheiros (PMDB-AL), classificou o pedido de prisão contra ele e outros três integrantes do PMDB como uma medida “desarrazoada, desproporcional e abusiva”.
Renan é alvo de um pedido de prisão feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com base nas gravações feitas pelo delator e ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
A declaração foi feita por meio de nota publicada pela assessoria de imprensa de Renan nesta terça-feira (7).
De acordo com o jornal “O Globo”, a base do pedido de prisão de Renan, Jucá e Sarney é as gravações feitas por Machado. Nas gravações, o trio aparece em diferentes situações falando sobre estratégias para lidar com a Operação Lava Jato.
Em uma das gravações, Renan chama Janot de “mau caráter” e diz que trabalhou para evitar a recondução do procurador ao cargo. Em outra gravação, Renan defende a mudança na legislação sobre as delações premiadas.
Na nota, Renan diz que “que não praticou nenhum ato concreto que pudesse ser interpretado como suposta tentativa de obstrução à Justiça, já que nunca agiu, nem agiria, para evitar a aplicação da lei”.
“Apesar de não ter tido acesso aos fundamentos que embasaram os pedidos, o presidente do Congresso Nacional reitera seu respeito à dignidade e autoridade do Supremo Tribunal Federal e a todas às instituições democráticas do país. O presidente do Senado está sereno e seguro de que a nação pode seguir confiando nos Poderes da República.”
Advogado diz que pedido é um absurdo
O advogado Eugênio Pacelli, que defende Renan, disse mais cedo que vai solicitar informações ao STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o pedido de prisão feito por Janot.
Segundo ele, se o pedido tiver sido feito com base nas gravações de Machado, é “um absurdo”. Pacelli diz que foi informado nesta terça-feira sobre o pedido de prisão e que irá pedir acesso tanto ao pedido de prisão quanto à delação premiada de Machado.
“Não tive acesso a nada. Vou pedir acessos aos documentos. Quero saber se vivemos num Estado policial ou não”, afirmou. Pacelli reiterou que não vê elementos nas gravações feitas por Machado que justifiquem um pedido de prisão contra Renan.
“Se for baseado nas gravações, é um absurdo. Repito, não vi nenhum ato que pudesse significar alguma tentativa de barrar a Lava Jato. Ele fez uma crítica à operação assim como muitos juristas já fizeram. Se isso é querer perturbar a Lava Jato, então não tem mais democracia”, afirmou.
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