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Frases que desafiaram o tempo

20/05/2016
Frases que desafiaram o tempo

O mais lembrado pintor da Grécia dos tempos antigos foi Apeles que viveu entre o século IV e o século III antes de Cristo. Natural da Lídia, chegou a ser o retratista de Alexandre Magno. Era muito exigente com o que fazia e acolhia de bom grado as críticas sobre seu trabalho. Certo autor chegou a dizer que chegava até a provocar as observações sobre seus trabalhos.

Contam que ele, após terminar o desenho, apresentava seu trabalho ao público e ficava escondido para ouvir os comentários no que diz respeito à sua obra. Certa feita, um sapateiro fez um comentário com um companheiro sobre uma sandália de uma das figuras que estavam no quadro recém-pintado. Que fez Apeles? Resolveu corrigir o possível ou mesmo o real defeito apresentado pelo sapateiro.

No dia seguinte, o sapateiro passa pelo mesmo lugar e viu a devida retificação feita, conforme suas observações. Vendo que o famoso pintor concordou com as críticas, começou a querer mostrar erros, em outras partes do desenho, sem entender nada do desenho.

Apeles saiu de seu esconderijo e disse energicamente: Sapateiro, não vá além do sapato. Tempos depois, a palavra de Apeles foi traduzida para o latim desta maneira: “Ne sutor, ultra crepidam” .

Cumpre-me acrescentar que parte do que foi escrito foi colhido do livro Frases Célebres Notáveis de Cícero Ferraz de Arruda.

Passemos agora a fazer algumas considerações sobre Camões, poeta português, Claro que não se trata de pesquisa sobre sua vida e seus estudos, mas colher dele alguma frase interessante.

Na verdade há muita conjectura a respeito do grande poeta português. Com efeito, houve quem escrevesse: “Na vida de Camões há pouco fatos documentados. Foi com as tradições e conjecturas que os estudiosos tentaram preencher as lacunas e ainda hoje procedem do mesmo modo. Mas em quase todos os casos é somente o maior ou menor grau de probabilidade que levou e leva a aceitar ou declinar afirmações e suposições”.

Silveira Bueno assim escreve: “Presume-se que o pai de Camões tenha falecido entre 1530 e 1537, passando o futuro épico português a viver sob a tutela do Cônego Bento, no mosteiro de Santa Cruz ou talvez com a própria madrasta, mas sob a proteção do ilustre eclesiástico”.

Contam que o grande poeta morreu miseravelmente sem ter um lençol para se cobrir. Há afirmações de que um escravo saía à noite pelas ruas de Lisboa pedindo esmola para o grande poeta português.

Logo no Canto I de sua obra prima Camões diz: “Cesse tudo o que a Musa canta/ Que outro valor mais alto se alevanta”. Foram lembradas aqui duas frases (de Apeles e Camões) que desafiaram a passagem do tempo e continuam citadas e comentadas.