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Doutor James, adeus!
Há homens que nasceram, cresceram, não produziram e morreram. Isto é, nada fizeram em prol da Humanidade. Esses foram facilmente esquecidos pelos terráqueos. “ Foram espectros de homens, não foram homens; passaram pela vida e não viveram”. O poeta Otaviano estava certo na sua assertiva.
Outros pelo contrário, deixaram marcas indeléveis que a poeira do tempo não conseguirá apagar. Nessa perspectiva, trago à tona a figura humana do desembargador Doutor James Magalhães de Medeiros que, no dia trinta de abril/2016, partiu deixando toda a sociedade alagoana consternada com seu precoce desaparecimento.
Na qualidade de então Corregedor-Geral do Egrégio Tribunal de Justiça, fez um trabalho magnânimo em benefício da Justiça para todos. Exigiu que os juízes fixassem residências nas Comarcas e, por isso, atendendo a carente população interiorana. Determinou horário e, ao mesmo tempo, transmitiu assiduidade nas atividades judicantes.
Deixou exemplo de magistrado probo, a serviço dos jurisdicionados. Inclusive, todas as pessoas tinham acesso ao seu gabinete sendo bem tratadas pela sua equipe. A seu pedido, meu filhão Francis Lawrence integrou seu staff. Diga-se, de passagem, sempre solícito para com os seus cooperadores naquela época.
Na qualidade de inquilino da Casa de Demócrito Gracindo, sócio efetivo da Associação Alagoana de Imprensa (AAI), vice-presidente da Academia Maceioense de Letras, na sua profícua gestão à frente da Corregedoria-Geral do TJ/AL, fundou a Revista INTERAGINDO( 2012).
Naquela oportunidade do lançamento, fiz um discurso exaltando suas qualidades intrínsecas e extrínsecas destacando seu empenho criando um ponte entre a Justiça e população pobre. Quando se mensura o trabalho do Corregedor-Geral de Justiça do Estado de Alagoas, percebe-se o feeling de um homem público preocupado com a prestação jurisdicional à população. E, portanto, durante dois anos consecutivos realizou profícua gestão em prol do bem comum. Por essas e outras verdades a seu respeito, chego à conclusão que é necessário INTERAGIR. Assim sendo, felicito-o por tudo que fez em benefício do povo alagoano. Esmera-se no inolvidável Padre Antônio Vieira: “ Para se falar ao vento bastam palavras. Para se falar ao coração são necessárias obras”.
Dele recordo suas amabilíssimas considerações para com a minha singularíssima pessoa de homem público. Às vezes, encontravam com ele acompanhado de sua dedicada esposa no Shopping de Maceió. E sempre perguntava: “ Laurentino, como vai seu filho? E arrematava: Francis vai ter um futuro promissor.”
A bem da verdade, vaticinou a bem-sucedida trajetória de meu filho. Deixou de assessorá-lo em face de ter logrado sucesso no certame da Caixa Econômica Federal de Alagoas. Jornalista/publicitário, e, agora, concluinte do curso de Direito no Centro Universitário Cesmac. E, por certo, jamais esquecerá sua passagem pela Corte Maior de Justiça Caeté.
Confesso que não tive coragem de me despedir do Amigo Doutor James Magalhães de Medeiros. Não compareci ao Parque das Flores. Chorei de pesar pela sua morte. Lá, certamente, compareceu a nata alagoana. Afinal, passou pela vida legando bons exemplos tão raros na contemporaneidade.
Falar dos vivos é muito gratificante. Sempre se recebe tapinhas nas costas agradecendo a deferência. Contudo, exaltar os falecidos é, por excelência, piedade humana. Quando me lembro de sua fidalga pessoa, rezo um Pai- Nosso e peço a Deus “que nos livre do fogo do Inferno, levando todas as Almas para o Céu, principalmente, àquelas que mais precisarem”.
Ao dedicar essa modesta crônica ao prezado Amigo, sinto os olhos querendo chorar feito menino-homem. Mas, me controlo pensando na sua bondosa Alma que fará parte da Mansão Celestial. Não tenho dúvida. Ex-seminarista, amante da Religião Católica Apostólica Romana. E, por extensão, devoto da Padroeira de Maceió, Nossa Senhora dos Prazeres.
Bom esposo, excelente pai, avô coruja e, principalmente, fazedor de amigos por onde passou nas suas atividades judicantes. Não sabia dizer a palavra não. Sempre reconhecia o Estado Democrático de Direito à disposição da democracia. Parodiando o poeta Antônio Pereira: “ Se quiser plantar saudade/ Escalde bem a semente/ Plante num lugar bem seco / Onde o sol seja bem quente/ Pois se plantar no molhado/ Quando crescer mata gente”. DOUTOR JAMES, ADEUS!
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