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Saúde promove ação de prevenção e combate à hanseníase no Papódromo

01/02/2016
Saúde promove ação de prevenção e combate à hanseníase no Papódromo
Várias ações, como exames dermatológicos, aferição de pressão e recreação para as crianças fizeram parte da programação do Dia Mundial de Combate à Hanseníase, neste domingo (31), no Papódromo

Várias ações, como exames dermatológicos, aferição de pressão e recreação para as crianças fizeram parte da programação do Dia Mundial de Combate à Hanseníase, neste domingo (31), no Papódromo

Este domingo (31) é o Dia Mundial de Combate à Hanseníase, uma doença infecciosa e contagiosa que ano passado teve 323 portadores notificados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Para prevenir e tratar possíveis doentes, a Gerência de Vigilância e Controle de Doenças Transmissíveis, por meio do Programa Estadual de Hanseníase, realizou durante toda a manhã, no Papódromo, em Maceió, uma ação gratuita para a comunidade, com a participação de médicos, enfermeiros, estudantes, técnicos, voluntários e Igreja Católica.

Corte de cabelo, exames dermatológicos, aferição de pressão, orientações aos idosos e recreação para as crianças fizeram parte da programação. O intuito foi encontrar pessoas com manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas na pele e com falta de sensibilidade ao calor, frio, dor e ao toque – sintomas da hanseníase.

A lavadeira Rusileide dos Santos Flores, de 55 anos, é moradora do Dique-Estrada e levou sua neta, Raqueli Flores Carvalho, de 5 anos, após ouvir em um carro de som a divulgação da ação. “Para mim foi uma iniciativa importantíssima, pois não estava com tempo para levá-la ao posto de saúde, além disso, o posto é longe e a espera é longa. Então falei logo a ela [a neta] que iria trazê-la e assim fiz”, disse.

Examinada, Raqueli não tem hanseníase, mas uma dermatite causada pela intensa exposição da pele aos raios solares. “Esse é um diferencial da ação, pois ao examinar as pessoas nós contribuímos com diagnósticos e encaminhamentos. A hanseníase e a própria dermatite são doenças que devem ser tratadas na Unidade Básica de Saúde, onde existem profissionais preparados para essa assistência”, informou a técnica do Programa, Selma de Castro.

A campanha

As ações de prevenção e combate à hanseníase acontecem continuamente durante todo o ano, mas neste mês de janeiro os técnicos da Sesau intensificaram os atendimentos junto aos municípios alagoanos, uma vez que o Ministério da Saúde estima que existem ainda muitos portadores da doença ainda desconhecidos.

“Baseado no número de habitantes em Alagoas, o Ministério da Saúde acredita que existem uma média de 510 doentes, ou seja, estima-se que quase 200 pessoas ainda não sabem que estão com hanseníase. Por isso nós precisamos conscientizar a população sobre a doença, para que reconheçam e busquem o tratamento”, explicou a secretária de Estado da Saúde, Rozangela Wyszomirska.

Presídios, unidades de saúde, abrigos, escolas e até o Parque Municipal de Maceió são alguns locais onde os técnicos desenvolveram a campanha este mês. “A hanseníase é uma doença crônica e o bacilo tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos, no entanto, poucos adoecem, pois dependem, sobretudo, da relação com o hospedeiro e o grau de endemicidade do meio e outros aspectos”, completaa técnica do Programa.

Sensibilizada, a Igreja Católica cedeu o Papódromo, no bairro do Vergel do Lago, para a oferta dos serviços de saúde. “É a missão de qualquer cristão ajudar o próximo e não haveria motivo algum para não nos aliarmos a esse trabalho sério de combate à hanseníase. Este ano o tema da Campanha da Fraternidade abordará o direito pelo saneamento básico, que nos motivará a realização de mutirões em prol da saúde da população, incluindo o combate ao mosquito Aedes aegypti”, informou o arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz Fernandes.

Também participaram no desenvolvimento das ações no Papódromo, a Secretaria Municipal de Saúde de Maceió, o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Mohan), a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e a Faculdade Maurício de Nassau.