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À caminho da canonização

28/01/2016
À caminho da canonização

Entre as turbulências que assinalaram a vida do lendário Pe. Cícero Romão Batista (1844-1934), ele vaticinou: “um dia minha própria igreja fará minha defesa”, e essa profecia está se cumprindo, quando parte do próprio Papa Francisco sua reabilitação perante a igreja católica que tanto o maltratou na pessoa do inditoso bispo do Crato, Dom Joaquim José Vieira, basta que se leiam com os olhos da alma, as cartas do Pe. Cícero datadas entre 1877 a 1934, num volume de 381 páginas escritos meticulosamente, por Antenor de Andrade da Silva, editado em 1982, cuja cartas, constituem-se retalhos da alma daqueles sábio e santo sacerdote, dirigidas ao seu bispo Dom José, bispo do Ceará, como ele gostava de assinar, esse cidadão foi a cruz e a coroa de espinho do virtuoso Pe. Cícero, que sempre o tratou com respeito e educação, silenciando na maioria das vezes, quando ofendido pela cólera indomável do seu bispo, levando Pe. Murilo de Sá Barreto, de saudosa memória, escrever: “diante da igreja, seu silêncio falou mais eloquentemente do que muitas palavras”. A humildade desse taumaturgo, diante de seu bispo somente uma alma pejada de fé e amor a Deus, pode possuir cumprindo exacerbadamente, todas ordens e exigências de seu superior, a ponto de até para murar o cemitério de Juazeiro, ele pediu licença ao bispo, como também para benzer as pequenas imagens, que os romeiros lhe pediam, como se ver, as mínimas coisas, Pe. Cícero solicitava autorização, mostrando sua humildade e obediência, jamais tergervisou uma ordem superior, a exemplo de Jesus, foi obediente até a morte, jamais tendo se exasperado ante as grandes dificuldades que marcaram sua vida, como escreveu piedosamente Frei Orlando: “passei pela vida sorrindo, quando tive muitos motivos para chorar”.

O elenco de cartas escritas pelo venerando Pe. Cícero Romão Batista, endereçadas a seus superiores demonstram a docilidade de uma alma acrisolada pela petulância e arrogância desmedida do bispo Dom José, que o sacrificava em cada correspondência, infernizando a vida de um homem piedoso e santo, e disso o bispo tinha consciência, porém sua maldade sublimada pela inveja falava mais alto em sua negra e malévola alma. Quanta maldade num homem revestido do cargo de bispo, como alto eclesiástico, mas possuía a pele de cordeiro e o coração de lobo, porém a serenidade e a santidade de Pe. Cícero suplantaram sua maldade, e hoje deve está arrependido pagando pelas ofensas ao santo.

Os padres da época eram formados para falarem mal do Pe. Cícero, recusavam-se até de batizar crianças com o nome Cícero. Suspenso de suas ordens sacerdotais por seu bispo, Pe. Cícero foi a Roma provar a sua inocência, e conseguiu, mas o bispo não aceitou, teve até ex-comunhão, porém ele não soube, Pe. Cícero sofreu com resignação porque o próprio Cristo estava com ele nas aparições que lhe fez. A escritora Amália Xavier de Oliveira de saudosa memória, contemporânea do Pe. Cícero, em seu livro, O Pe. Cícero que eu conheci, descreve toda vida de sofrimento e amargura vivida pelo padre, imposta por seu bispo, mais tudo isso foram flores para sua canonização, agora o Papa ouvindo os anseios do povo lhe concede absolvição perene como processo para sua canonização, concedendo-lhe os altares, enquanto para o povo já o tem como santo.