Escrever muitos escrevem, porém escrever bem é privilégio de poucos, e quando os escritos tendem para o campo da poesia, torna-se bem mais complicado, dizem que os oradores se fazem, os poetas nascem. A escola não ensina ninguém a ser poeta, por ser um dom inato no ser humano, a escola aperfeiçoa, ensina a métrica e as regras gramaticais e muitos outros aspectos do campo poético literário.

Com uma bela dedicatória, recebi da confreira poetisa Ines Amorim, da ACALA., um livro intitulado Um novo despertar, trata-se de uma obra de fôlego, traduzida num florilégio de um compêndio de mais de cento e cinquenta páginas eivadas de belas poesias, entremeadas dos mais sábios aforismos para todos os momentos, como este: “quem ajuda o pobre e espera recompensa, é mais pobre que ele”, cuja máxima encerra um conteúdo profundo, a exemplo do Marquês de Maricá.

A beleza na poesia da poetisa Ines Amorim, é uma constante, ela se desnuda de suas pretensões pessoais e se deixa levar pelo domínio da emoção numa magia contagiante envolvendo o leitor, que sem se a perceber, deixa cair dos olhos uma lágrima furtiva e teimosa, a lhe correr pela face, muitas vezes, já sulcada pelas incompreensões da existência, porque a poesia de Ines Amorim é pura emoção, e ela escreveu em sua obra monumental: “a felicidade é o resultado da conquista da paz interior, através do sentimento do amor e humildade”.

A simplicidade das palavras usadas nas belas páginas literárias dessa poetisa escritora, Ines Amorim, reporta-nos a poetisa Cora Coralina, que escrevia com a pena da leveza e a tinta do coração, e nesse mesmo diapasão seus escritos conquistaram o Brasil. Em Ines Amorim quem nasceu primeiro, a poesia ou a professora de gerações? Evidentemente, que foi a poesia, a professora veio posterior e foi preciso se fazer, enquanto a poesia nasce pronta. Vejamos, pois, essa quadra poética, às paginas 79, em Mãe “doi-me lembrar-te, mãe/sempre lutando, pra que eu possa estudar,/teu corpo frágil, vive sempre a trabalhar,/ para sustentar-me, e educar-me para a vida…”.

Cora Coralina escreveu: “mestre é o que ensina o que aprende, e aprende o que ensina”. De ser poetisa para ser professora, não foi difícil, a assimilação das aulas com facilidade, tornaram Ines Amorim uma professora, uma multiplicadora da educação. Inúmeras personalidades e pessoas simples do povo, foram homenageadas com a poesia dessa poetisa, que arranca aplausos e emoção, mormente quando suas poesias são lidas e declamadas em festas e saraus literários. A Academia Arapiraquense de Letras e Artes, ACALA.,orgulha-se de ter em seu quadro de sócios essa poetisa genial, que carrega a poesia no cerne de sua alma.

Um novo despertar já é o segundo livro da poetisa Ines Amorim, de que Arapiraca tanto se orgulha. Deixe-me dominar pela poesia dessa confreira que em tudo ver poesia, sabe-se, entretanto que, a poesia existe, mas é preciso alguém para descobri-la, e esses seres iluminados são os poetas, parece seres divinais. Ines Amorim está no portal outonal da existência, fazendo jus as palavras de Ebener Eschenbac, que escreveu: “na juventude aprendemos, na maturidade compreendemos”.

Essa poetisa se imortalizou com seus escritos fazendo suas as palavras do livro sapiencial da Sabedoria, em VIII, XIII: “por meio da sabedoria obterei a imortalidade, e deixarei à posteridade uma lembrança eterna”.