Artigos

Uma cidade poema

13/01/2016
Uma cidade poema

O vate Cassimiro de Abreu (1853-1927), num dos seus arrebatamentos poéticos, escreveu: “tem tantas belezas, tantas,/ a minha terra natal/ que nem a sonha um poeta,/ e nem as canta um mortal”. Esse mês de dezembro de 2015, assinala 62 anos de emancipação política, a cidade sertaneja de Olho d’Água das Flores, quando tornou-se topônimo independente aos 02 de dezembro de 1953, por força da lei 1748 num projeto do então deputado estadual Adalberon Cavalcante Lins, sancionado pelo governador de Alagoas, da época Arnon de Melo, cabendo ao cidadão Orlando Augusto Melo, ser nomeado primeiro prefeito da nóvel cidade. Olho d’Água das Flores, que remonta de 1800, quando aportou a estas plagas, o Pe. Antônio Duarte, juntamente com uma dúzia de escravos, vindos provavelmente, das revoltas de Minas Gerais. Em vista da exuberância de muitas árvores verdes num determinado lugar, levou o Pe. Duarte a escavar uma cacimba na localidade, e brotou no solo adusto um olho d’água, havia ao redor daquela cacimba alguns exemplares de paus d’arco de flores arroxeadas, que era época da floração derramava suas pétalas sobre as águas claras da cacimba formando um tapete aveludado, estava nascendo aí, o nome da futura cidade, Olho d’Água das Flores, que poeticamente, surgiu de dois elementos da natreza, água e flores, água que é vida e flores que efeitam a vida, a cidade poema, que mais tarde, o poeta das eleições, e político Olimpio Sales de Barros (1910-1974), escreveu: “depois de 300/ que o Brasil foi descoberto,/ Olho d’Água das Flores/ ainda era um deserto,/ perto daquele monte,/ só existia uma fonte/ com umas flores bem perto”, e segue por aí a narrativa do poeta sobre a origem de sua cidade, focando sempre os dois elementos, água e flores indispensáveis a vida humana.

E assim os anos se foram… Quando aos 20 de outubro de 1864, vindos de Bom Concelho, estado de Pernambuco, os irmãos Ângelo e Gil de Abreu com suas repectivas famílias a que chegaram, e adiquiriram dos escravos do padre, a área de terra, pois o padre já havia ido embora para Salvador. Os irmãos Abreu passaram a morar numa casa de pedra construida pelo padre, trouxe na bagagem a imagem de Santo Antônio de Pádua, cuja relíquia primitiva, ainda existe, anos mais tarde construiram uma capela sobre a invocação do santo, sendo os Abreus a família pioneira de Olho d’Água das Flores, e quando um grupo de homens liderados pelo cidadão Domicio Silva incetaram um movimento de idenpendencia, que ocorreu aos 02 de dezembro de 1953, “e seus filhos jubilosos te veneram, porque és orgulho deste cálido sertão, de todos os rincões, que nos estado imperam, és tu cidade, o mais belo rincão” (trecho do hino oficial do município, escrito pelo poeta Pedro da França Reys falecido em 1975), os prefeitos que assinalaram essa odisseia são: Orlando Augusto Melo, Arnóbio Silva, Edinaldo Miguel da Silva, Valdemar Farias Abreu, ambos falecidos, Elânio Quintela Abreu, Dorival Bezerra Silva, Humberto dos Anjos, Dr. Calos André Paes Barreto dos Anjos e atualmente Maria Ester Damasceno Silva, em terceiro mandato, com possibilidade de um quarto, intercalados.

Hoje Olho d’Água das Flores completou no último dia 02 do mês em curso, 62 anos de emâncipação política, é uma cidade que se situa entre a agropecuária e o comércio, possui várias agências bancárias, três faculdades, sede de Comarca desde 1961, vários colégios e uma das melhores feiras livres do sertão, que data de 1920, uma emissora de rádio, tem uma populaçao superior a 22 mil habitantes, é uma cidade que cresce graças à labuta de um povo ordeiro e trabalhador, levando o poeta Colly Flores escrever: “é uma cidade pequena/ porém é muito bonita/ tem a Casa da Cultura/ que é o cartão de visita,/ no olhar de sua gente/ tem cor de todas as cores/ esta cidade bonita, é Olho d’Água das Flores”.