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Divaldo Suruagy

14/11/2015
Divaldo Suruagy

Do eminente historiador/escritor, doutor Ivan Barros, vetusto sócio da Associação Alagoana de Imprensa, recebi seu novel livro intitulado Divaldo Suruagy – Vida e Obra de um Estadista – com lisonjeira dedicatória: “ Ao amigo e confrade, Laurentino Veiga, com minhas homenagens”. Fiquei deveras contente com o gesto do companheiro de lides jornalísticas. Aliás, consagrou-se com expoente nacional como então repórter da Manchete.

Teve o cuidado de reunir todas as matérias escritas sobre o biografado e, ao mesmo tempo, inseriu na obra fotos onde retratam a bem-sucedida trajetória do eterno Divaldo Suruagy. Diga-se, de passagem, que em vida foi homem público probo, a serviço do bem comum. Viveu, serviu ao próximo mesmo que este estivesse longe de sua fidalga pessoa.

No tópico Luzia, a companheira de todos os momentos, vê-se uma dama escrevendo com verdade absoluta a respeito de seu esposo: “ O nosso matrimônio geraria quatro filhas: Walquiria, Mônica, Cristina e Patrícia. Em princípio, queríamos um casal. Fizemos mais uma tentativa para um filho, e a quarta, foi um ‘erro de cálculo’. Como costumo afirmar, em tom de brincadeira, foi o erro mais lindo que conheço, pois, Patrícia, ficou esse tipo raro de beleza – morena de olhos azuis. Personalidades heterogêneas, formamos uma família unida e solidária.”

Por outro lado, o autor sintetizou muito bem a vida/obra de Divaldo Suruagy.” Se um estadista é uma pessoa versada nos princípios da arte de governar, ativamente envolvida em conduzir os princípios de um governo ou moldar os negócios de um governo ou moldar à sua política, podemos afirmar sem receio, que Divaldo Suruagy foi um estadista, um homem de Estado, com excepcional tirocínio, habilidade e discernimento no que diz respeito às questões políticas, a admiração do Estado.”

Na sua partida ( 21.3.15), escrevi uma crônica intitulada DIVALDO VIROU SAUDADE. E, portanto, retratei a amizade que nutria pela sua fidalga pessoa. Nela expus a dor de seu desaparecimento precoce e, sendo assim, reproduzo o que se encontra inserido na página 83 da obra em epígrafe. Não tive coragem de me despedir do preclaro colega economista. Preferi o aconchego de minha casa. E, por isso, escrevo esta crônica em deferência à sua honrada família. E, por que não dizer, da saudade que deixou toda Alagoas consternada.

Por essas e outras razões, acrescento que DS representa um único político que honrou todos os cargos que exerceu com zelo/competência. Hoje, vê-se o Congresso Nacional com medo de expulsar a Dilma Rousseff que, por sua vez, cometeu as “pedaladas fiscais” e, ate agora, não foi punida pelas suas facetas políticas. A República dos coestaduanos Deodoro/Floriano Peixoto está sendo maculada pelos petistas que se diziam arautos da ética e da honra.

Ivan Barros, fundador da Tribuna do Sertão, ultrapassou os umbrais do tempo para fazer história com dignidade. Escreveu léguas de livros, defendeu a lei à risca da Constituição de 5 de outubro de 1988. Tribuno notável defendeu inúmeros constituintes e, por extensão, edificou uma família à altura de sua grandeza de homem público a ser seguido.

Conheço-o há décadas. Inteligente, historiador versado, jornalista com feeling de intelectual e, por isso, admiro essa pessoa que tenho a honra de privar de sua amizade. Por isso, merece encômios pelo livro de sua lavra que colocou à disposição da sociedade alagoana. Ninguém teve a iniciativa tão fidalga. Lembrar dos vivos é muito cômodo. Pois, deles recebe-se elogios. Dos mortos, o afago da família.

“Divaldo Suruagy, durante 19 anos, escreveu em nosso jornal, Tribuna do Sertão. Numa das edições, definiu a personalidade de seu pai. Confessando sua admiração por seu pai, ‘ que deixou um exemplo de dignidade.’ A gratidão e amizade foram sentimentos que mais cultuou. Uma gentileza recebida transformava-se num dívida perene. Sacrificava tudo o que possuía, expunha a própria vida, em defesa de um amigo. Lembro-me de uma tarde em que reuniu seus filhos e sua esposa, para nos informar que existiam comentários, na cidade, de que a residência de um amigo seria invadida, à noite daquele dia, por pistoleiros,e que ele ia ajudar na defesa da família. Comprou a briga e nos legou um magnífico exemplo de honradez.”

Não se pode negar o mesmo de DS, ou seja, leal amigo, pai carinhoso, avô extremoso, e, principalmente, legou exemplo de político que não se locupletou com o Erário Estadual. Infelizmente, o mensalão/ petrolão dizem o contrário. Subtrair o dinheiro público é status em Brasília. Os estados sofrem pela ausência de verbas federais à saúde pública, à educação, e outros serviços essenciais. Divaldo Suruagy deixou uma lacuna enorme. Descanse em paz!!!