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O velho amigo
IVAN BARROS com 72 anos de idade, jornalista e jurista palmeirense, escreve sobre a Vida e a Obra de DIVALDO SURUAGY, de 78 anos de idade, estadista alagoano, nascido em São Luis do Quitunde. Nada de especial para registro nesta crônica. Afinal, o ex-repórter das Revistas Manchete e Fatos e Fotos, ex-editor do Jornal Luta Democrática, Adjunto de Promotor e depois Promotor de Justiça, ex-Vereador, suplente de Deputado Estadual, membro das Academias Alagoana de Letras, Brasileira de Imprensa e sócio fundador da Academia Palmeirense de Letras já é uma pessoa acostumada a escrever sobre personalidades brasileiras e alagoanas. Por isso, não há nada de surpreendente em Ivan Barros editar mais um livro biográfico sobre uma ilustre personalidade. Isso ele já vez com Graciliano Ramos (Mestre Graça), Carlos Ferrário Lobo (Carlito Lobo), Adalberon Lins, Monsenhor Xavier de Macedo, entre outros. Aliás, esse reconhecimento da sua qualidade investigativa e jornalística já foi motivo de elogio do saudoso Procurador de Justiça, Edgar Valente, que confessou em 1977: “Ivan, você nunca deveria ter saído da redação. Saiba que um Promotor deve ser como um Padre. Não pode errar, pois é o fiscal do cumprimento da lei”. Mas, Ivan Barros foi excelente em todas as suas atividades que desenvolveu nas áreas sociais, políticas e profissionais.
O fato mais importante para mim como crítico e observador neste registro de que “Ivan Barros escreve sobre Divaldo Suruagy”, é que nunca vi tanta cumplicidade entre duas pessoas que se admiravam mutuamente. Verdadeiros amigos e confidentes. Dois seres que tinham a capacidade de ler as mentes um do outro, mantendo uma cortesia e uma fidelidade Ímpar. Atraídos pela inteligência e pela sensibilidade de um para com o outro, Ivan Barros e Divaldo Suruagy comungavam dos meus ideais e dos meus projetos de idade. Magnetismo pessoal entre ambos. Amigos e unidos, a ponto de Ivan Barros reservar um espaço de um metro quadrado na sala de jantar da sua casa para prender uma enorme fotografia de Divaldo Suruagy, com o fim específico de homenagear o amigo e para impedir que pessoas inescrupulosas pudessem adentrar à sua residência para caluniar ou difamar a dignidade do confrade. Ivan Barros e Divaldo Suruagy possuíam (isso porque Suruagy partiu para o Oriente Eterno no mês do seu aniversário) as mesmas afinidades: receptivos, emotivos, intuitivos, imaginativos, persistentes e determinados na consecução de objetivos. A Paz Interior e o Conforto Material eram traços predominantes no perfil desses amigos. A intuição e a sensibilidade eram pontos comuns nas relações espirituais de Ivan e de Suruagy. O fascínio e a paixão pela política eram visíveis nas conversas entre ambos, que duravam horas.
Na opinião de Ivan Barros “Divaldo Suruagy partiu para a eternidade fazendo história e deixando exemplos e lições”. Escreve o acadêmico palmeirense acerca do estadista alagoano afirmando que “o seu caráter era a sua fisionomia moral. Era um homem verdadeiro, real, virtuoso, honesto nas ações e nas palavras, amizade sincera, humildade, desapego do Poder”. Em seu depoimento sincero e verdadeiro, Ivan Barros relata em sua obra “Divaldo Suruagy: vida e obra de um Estadista” como aconteceu seu envolvimento “místico” com o Divaldo Suruagy, no Rio de Janeiro: “Quando saía à tarde da revista Manchete, sempre passava pelo Escritório de Alagoas, cuja secretária era Bertine Mota, conterrânea de Palmeira dos Índios, e eterna ‘Miss Alagoas’. Certa vez, após um almoço na manchete, Suruagy, ao saber que havia me formado em Direito e do meu deseja de regressar a Alagoas, disse-me que ia fazer um concurso público para Promotor de Justiça. Convidou a mim, Tobias Granja e Joarez Ferreira. Para ajudar-me na prova de título, nomeou-mês, seis meses antes do concurso, como Adjunto de Promotor de Justiça de Pão de Açúcar. Durante esse período, estudei muito, e no concurso, obtive o primeiro lugar e por ele fui nomeado, acompanhado de perto toda a minha trajetória no Ministério Público Estadual, recomendou-me a Carlito Lobo, um dos seus grandes amigos e meu também. Fiz uma peregrinação pelo Estado”… Pensemos nisso! Hoje é só.
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