Política

Collor destaca espírito empreendedor de Roberto Marinho em acreditar no País

29/10/2015
Collor destaca espírito empreendedor de Roberto Marinho em acreditar no País
(Foto: Assessoria)

(Foto: Assessoria)

Atendendo a uma proposição do senador Fernando Collor (PTB), o Senado Federal prestou uma homenagem in memoriam, em sessão solene realizada na manhã desta quinta-feira (29), ao jornalista Roberto Marinho, que dá o nome ao Prêmio que tem como objetivo reconhecer os méritos dos jornalistas que contribuíram para o engrandecimento da profissão no País. Em discurso na tribuna do Senado, Collor destacou a capacidade empreendedora de Roberto Marinho em sempre acreditar na capacidade do Brasil, apesar das adversidades.

Collor destacou que a homenagem celebra o homem de convicções claras que colocou a imprensa a serviço do debate das ideias e que não tinha pejo de explicitar suas preferências e posições, por mais antipáticas que pudessem parecer. O senador declarou que o jornalista acreditava ser a imprensa a mais poderosa arma para fiscalização coletiva dos atos do governo. A proposta de Collor foi aprovada por unanimidade pelos senadores que integram a comissão do prêmio.

“Quisera pudéssemos contar com outros que se fizessem da mesma fibra. Que pudéssemos eleger nossos heróis – e nossos anti-heróis – pela força da ação, e não pela omissão pusilânime. Que tivéssemos aliados – ou adversários, que fossem – do porte de Roberto Marinho. Ganharíamos todos, ainda que perdêssemos. Em que pesem os não poucos méritos como administrador, como empresário, como empreendedor e como benemérito, Roberto Marinho preferia ser conhecido como jornalista. É a homenagem que a engenhosidade presta à inteligência. O Roberto Marinho, pois, o que é de Roberto Marinho: nosso reconhecimento, nosso respeito e nossa admiração”, declarou.

Para Collor, a entrega do prêmio a Roberto Marinho celebra o jornalista que foi presidente da Associação Nacional de Jornais por duas gestões (de 1979 a 1984), e o principal responsável por sua consolidação, em cuja gestão foram realizados os primeiros estudos sobre a elaboração de jornal em que foram criados grupos técnicos com o objetivo de aprimorar a atividade do jornalismo. O parlamentar recordou ainda que a história de Marinho representa, como ninguém, os desafios e as contradições da profissão de jornalista. E foi este o motivo, revelou Collor, que o levou à indicação de seu nome, in memoriam, para a homenagem.

“Celebramos o jornalista que se tornou, entre nós, inevitável referência, sempre que debatemos o mérito jornalístico. Neste momento em que escasseiam os verdadeiros líderes; em que lideranças inconsequentes parecem perder de vista seu compromisso com o interesse público; em que as disputas intestinas dilaceram toda uma nação, interessa-me, sobretudo, pelo resgate da obra, realçar o homem”, ressaltou.

O senador pontuou que não há como falar ou pensar no Brasil dos últimos 50 anos, e particularmente no jornalismo brasileiro, sem que se reconheça a presença ubíqua e incontornável do Sistema Globo de Comunicação. “E, por trás do noticiário de O Globo, por trás da bancada do Jornal Nacional, por trás das transmissões radiofônicas da CBN, por trás das imagens do Globo News, a memória viva da presença sóbria, polida – e gigantesca – do jornalista Roberto Marinho”, frisou.

Para levar O Globo, jornal que havia herdado do pai a um nível de qualidade que era até então desconhecido, fez uso de estratégias de financiamento, apostando nas histórias em quadrinhos e no mercado imobiliário para acumular os recursos necessários para o pioneirismo gráfico e editorial que seriam a marca da publicação. Collor declarou que esse perfil empreendedor foi fundamental para consolidar o Grupo Globo como um dos maiores complexos de comunicação do mundo.

“O prêmio evoca também porque alimenta, entre os verdadeiros jornalistas, a chama ora vacilante do mérito: a habilidade de eleger, na variedade difusa e dispersa dos acontecimentos, os eventos que merecem fazer parte do noticiário; o compromisso inarredável com a apuração rigorosa e aprofundada dos fatos; a busca perene e infatigável da imparcialidade e da isenção; a análise perspicaz das imbricações e das implicações de cada acontecimento; o talento para encapsulá-la, à notícia, em prosa escorreita, objetiva e ágil; a coragem e a intrepidez para trazer a público o que do público, muitas vezes, se quer omitir”, expôs.

O jornalista Roberto Marinho foi um dos brasileiros mais influentes do século 20. Após herdar do pai, Irineu Marinho, o jornal O Globo, formou o maior conglomerado de comunicação do País, com televisão, rádio, jornal impresso e serviços de informação e entretenimento na internet. O jornalista morreu em 2003, aos 98 anos. Em discurso, o vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, Paulo Tonet Camargo,agradeceu a homenagem entregue pelo Senado.

Homenageados

Ainda durante o discurso, o senador parabenizou o trabalho realizado por outros jornalistas homenageados na sessão solene, são eles Berenice Seara, Gerson Camarroti e José Diógenes Menezes Brayner.