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O mestre maçom
Ao adentrar na seara da Maçonaria Universal, como Escola filosófica de fundamentos simbólicos e iniciáticos, faz-me lembrar da figura imortal do maçom francês François La Rochefoucauld que, em reflexão ampla, afirmou que o Bom Mestre é aquele que deve ter domínio sobre si mesmo. Ele escreveu: “Perdoamos facilmente a nossos inimigos os defeitos que não nos incomodam. Não se deve julgar os méritos dos homens por suas grandes qualidades, mas pelo uso que delas sabe fazer. As paixões mais violentas às vezes nos deixam em paz, mas a vaidade nos agita sempre. Os velhos loucos são mais loucos que os jovens. A conveniência é a menor de todas as leis, e a mais seguida. Ganharíamos mais em nos mostrar tais como somos que em tentar parecer o que não somos. Estamos longe de saber tudo o que nossas paixões nos induzem a fazer. A vaidade nos induz a fazer mais coisas a contragosto do que a razão.”
Aliás, para se alcançar o Grau de Mestre Maçom é preciso que o postulante seja exaltado no Terceiro Grau e tenha realizado progresso moral, social e espiritual na Maçonaria; que tenha demonstrado interesse nas lições da Ordem Maçônica, vencendo paixões, dominando emoções, destruindo ignorância, controlando ansiedade e medo, que tanto abala o nosso sistema nervoso central e que desequilibra nosso organismo e a nossa razão, reduzindo nossa imunidade no corpo e na mente. Com humildade é preciso reconhecer que nenhum ser humano na condição de Mestre é um Ser Perfeito. Por lógica e raciocínio o Mestre dos Mestres é Jesus, o Cristo. Ele é a perfeição em pessoa humana e em divindade, porque em todas as situações vividas em sua vida terrena, ele aplicou a medida certa e expressou a palavra oportuna em cada ocasião. Foi Ele quem afirmou, parafraseando Platão e Buda (homens iluminados), que só existe um Deus Único e que Ele é o puro Amor. Ele também afirmou que Amor é Serviço, é Fraternidade, é Compaixão e é Misericórdia.
O Mestre Maçom é aquele que “serve”, que “orienta”, que “comunga” dos mesmos ideais do grupo, aperfeiçoando suas qualidades, aumentando suas iniciativas e lapidando suas imperfeições. Na difusão da Arte Real, a vida e a morte são inseparáveis e elas se entrelaçam no sentido de buscar a perfeição das coisas corporais e espirituais. A consciência do Mestre Maçom está sempre voltada e preparada para o inevitável. O seu corpo físico e mental, como Templo da Virtude, está sempre em construção, em reforma e em transição. Segundo a lição do Mestre Maçom francês Antoine Laurent LAVOISIER, pai da química moderna, “na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”. Essa constante transformação ou mutação na vida se vivencia com a dor inesperada e a consternação com a morte. Tudo é transitório, temporário, de pouca duração, tanto na alegria quanto na tristeza. O corpo físico tem um tempo de vida no mundo físico. Só a alma (espírito) se eterniza. O ambiente ético do homem não é diferente do esplendor divino. Muitas das leis que adotamos na terra não nascem dos homens, pois elas já existem gravadas nos nossos corações, desde sua origem. O Mestre Maçom deve estar sempre atento para a edificação do Templo Interior e sempre na busca incessante da “Palavra” que se perdeu no tempo, sempre admirando a obra do Criador, O Grande Arquiteto do Universo; mantendo o respeito à memória dos irmãos. Pensemos nisso! Por hoje é só.
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