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Sementes do ódio
Os momentos dos cataclismos históricos foram marcados por algumas manifestações decisivas: o rancor generalizado, o ódio irrefreado, a primazia da intolerância sobre quaisquer outras formas de convivência entre indivíduos, sociedades, nações.
Mas os fenômenos psicossociais violentos não representam a causa das grandes convulsões sociais, são consequências.
O ódio difuso, a intolerância andam acompanhados de outra característica nociva, a alienação como imposição ao imaginário das camadas sociais. Não se trata da alienação pela falta de conhecimento geral dos sem cultura.
Porque se fosse assim não seria vista como fator desagregador, de atitudes coletivas regressivas, mas um atraso histórico das nações pobres no esforço em superação do subdesenvolvimento.
Essas circunstâncias objetivas sempre aparecem na antessala dos piores momentos da civilização, atingem sociedades “cultas”, cheias de museus, avançadas na pintura, música erudita, nas artes cênicas, arquitetura vanguardista etc.
São construções coletivas de ideias xenófobas, muitas vezes virulentas como na Alemanha nazista, que galvanizam multidões em torno do sectarismo, que por ser ilógico é irracional.
É um grave perigo às sociedades por eles contaminadas que só é sustado quando tragédias brutais acontecem como a 2a Grande Guerra Mundial de 1939 a 1945.
As imensas vagas humanas que se dirigem a pé, de balsas, de trem, de ônibus à Europa são decorrência da destruição pela guerra de vários Países como a Síria, Iraque, Líbia, na África, com apoio de alguns governos europeus, numa tresloucada aventura militarista imperialista.
Daí ressurge a nostalgia nazifascista, como na Hungria cujo governo ordena ao exército atirar nas grandes ondas de refugiados famélicos, tudo discretamente noticiado pela mídia hegemônica, ao tempo que em plena crise capitalista o capital financeiro obtém lucros estratosféricos.
O Brasil não se encontra imune aos ventos da intolerância, pelo contrário, é atingido por uma ideologia imposta cotidianamente pelo Mercado rentista, tanto como pelo protagonismo de membro dos BRICS na edificação de outra ordem geopolítica mundial.
Torna-se imperiosa ampla defesa da legalidade democrática, da soberania nacional ameaçadas, o embate por valores civilizacionais mais arejados, por um mundo melhor.
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