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Genário e Genário Jr: Família Souza e os bons tempos da música em Palmeira

23/08/2015
Genário e Genário Jr:  Família Souza e os bons tempos da música em Palmeira
Arquivo Pessoal

Arquivo Pessoal

  A cidade de Palmeira dos Índios tem muitos talentos revelados para o mundo, na área cultural, e outros ilustres conhecidos apenas no Estado de Alagoas. E foi desta forma que a família Souza, que teve como patriarca o empresário e músico Genário Souza, se destacou no município.
Genário Souza não era famoso apenas por ser um grande empresário da cidade, mas também, pela maestria com que executava o saxofone e a forma de se dedicar ao instrumento. Isso logo despertou a atenção dos filhos para a carreira musical. E foi assim com o mais velho, Gilvan, e com Genário Júnior, o Genarinho, como é conhecido por todos.
Em 1974, com um forte incentivo do irmão Gilvan, Genarinho formou a banda, que na época foi responsável por “embalar” muitos romances na cidade. A “Milionários Jr.” tinha como integrantes o baterista e vocalista Osman Araújo, na guitarra solo Joseilton, na guitarra base o Elder, e no contrabaixo o Everaldo (Vevéu) e Genarinho, no teclado e vocal. No repertório, MPB e rock clássicos dos anos 60 e 70.
Enquanto isso, a banda “Os milionários”, era formada por Genário Souza, no sax, Gilvan Souza na guitarra, e outros músicos locais, que tocavam em grandes bailes da cidade, e também no interior do Estado. “Nessa época, o Osman e o pai dele, seu José, também tocavam com a gente. Mas era o Osman na minha banda e o pai dele junto com o meu pai, o Joseilton comigo, e o irmão dele, o Zezildo, também na banda do papai. Na verdade, era uma grande família. Foi uma época muito boa. Nós éramos a sensação (risos). A minha banda tinha um dos melhores bateristas que eu já vi, o Osman. Muita gente o conhece como cantor, mas para mim, ele sempre foi baterista.  Um grande baterista”.
Os outros músicos também tinham bastante talento. E foi uma pena cada um ter seguido um rumo diferente”, disse Genarinho, saudoso. E completou: “Sinto muita vontade de reunir todo mundo para tocarmos juntos, pelo menos uma vez, aqui em Palmeira”, disse o músico.
A Milionários Jr. durou apenas alguns anos. Mas depois que a banda acabou, e cada integrante se envolveu em projetos pessoais, Genarinho só voltou a se dedicar a um novo trabalho musical com o grupo Tropical Mania, em 1991. “Nunca deixei de tocar o teclado em casa ou no estúdio. Mas fiquei trabalhando na empresa, com o papai, e os anos foram passando. A Tropical Mania era uma banda de lambada-reggae, e quem tocava comigo eram o Salu Branco e o José Maria. Participamos de vários eventos, em todo o Estado, inclusive da extinta Micaríndio, a micareta de Palmeira dos Índios. Foi um tempo bom, também, produzimos bastante, nesse período”, analisou
A banda chegou a gravar um LP, mas tempos depois foi desfeita.
“Cada um tinha uma ocupação e o José Maria formou o próprio grupo, o JM. Alguns anos depois, eu e o Salu Branco conversamos e vimos a necessidade de voltar a tocar juntos. Mas desta vez, a Tropical Mania mudou o estilo, seguindo a tendência da vez, e começamos a tocar forró”, ressaltou o músico.
Ele disse, ainda, que apesar de sempre ter sido motivado pelo pai, a tocar um instrumento, Genário Souza não gostava muito que os filhos saíssem de casa para se apresentar nas casas noturnas do Estado. “Papai preferia que a gente tocasse em casa, não gostava que a gente saísse. Tanto que na época, a idade média da banda era entre 12 e 14 anos. O Rosauro Caetano nos acompanhava nos shows, e papai só se sentia satisfeito quando a gente tocava no Aero Clube, quando ele foi presidente da casa.
Mas o que ele gostava mesmo era de tocar comigo, em casa. Passávamos tocando choro, samba e Bossa Nova. Era sempre bom tocar em família”, destacou Genarinho.
Além da música, a família Souza também é extremamente religiosa. E por conta disso, Genário Jr. começou a se envolver, também, com as atividades da igreja católica. “Entrei para o grupo de música da igreja e estou lá até hoje. Tocamos em eventos religiosos, casamentos, missas e festas de paróquias. Há cinco anos, gravei um CD com músicas religiosas e foi uma experiência muito boa.
No CD, que tem 17 músicas, e uma delas, “Fazei de mim teu instrumento”, é de minha autoria. Nesse CD, conto com a participação da minha sobrinha Jackeline, nos vocais, e  além das músicas, tem as mensagens bíblicas do padre José Francisco Falcão. Ficou um trabalho muito bonito”, garantiu.
Genário Souza, assim como Gilvan, já não estão mais entre os seus. Gilvan partiu cedo, ainda em 1974, mesmo ano da formação da Milionários Jr. O pai, Genário, faleceu no ano passado.
Mas eles deixaram uma forte herança musical que passou de pai  para filhos, irmãos, sobrinhos e netos. “O meu filho, Gabriel, de 13 anos, toca sax muito bem. Esse, realmente, se espelhou em papai. Tem um talento nato. Dá gosto ouvi-lo tocar. Às vezes, tenho que incentivar muito para que ele não deixe o instrumento de lado, porque seria um desperdício. A minha filha, Sara, de cinco anos, gosta de cantar. Não tem nenhuma inibição, onde ela estiver, canta. Tenho uma sobrinha, a Jackeline, que canta maravilhosamente bem, mas sempre acha que a voz não está boa. A minha irmã mais nova, Vanize, também toca piano, e a minha irmã mais velha, a Vânia, tocava um pouco de piano.
O filho de Vanize, o Artur, toca violão e guitarra. Posso dizer que a música sempre esteve no meio da nossa família, e isso é muito bom”, finalizou.