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Outra vez precatórios
Dizem que promessa é dívida, os governos que têm se sucedidos na Província das Alagoas, sempre se omitem em falar nos “benditos precatórios”, os jornais via de regra, abrem espaços largos para o assunto, vistos se tratar de objeto de interesse de grande parte da sociedade caeté. Como colaborador da TRIBUNA, já escrevi cerca de dez artigos alusivos ao mesmo tempo, precatórios, e faço minha as palavras da imortal Clarice Lispector, que escreveu: “enquanto não houver respostas para as perguntas dos homens, continuarei escrevendo”. Os precatórios são dívidas, sim, que carecem ser pagas, o neo – governador vem com o silêncio de fazer pena, talvez não quisesse se envolver em tamanho assunto, mas ele não pode fugir do caso, visto ser o governador de todos os alagoanos, e, consequentemente, de seus grandes problemas que os aflige, seu antecessor fugia do assunto como demônio da cruz.
Esses chamados precatórios foram dívidas que se avolumaram ao longo do tempo e hoje parece uma bola de neve, constituindo-se, quase um a dívida impagável. Ao longo do tempo, regras, métodos, situações, enfim, tudo foi criado visando normatizar a viabilidade de se pagar essa conta, porém nada funcionou a contento, pequenos e poucos órgãos do estado foram contemplados, enquanto os demais amargam a indiferença dos gestores, ficando sempre à margem de “um depois”. Os professores constituem uma classe que mais tem sofrido e lutado com denodo, para que esses desventurados, antes de morrer o resto, recebam esses direitos que lhe são devidos, amealhados ao longo de suas vidas de trabalhos, às duras penas da vida. O sindicato da classe, Sinteal, já fez de tudo, visando o resgate desses direitos para que seus associados recebam esses precatórios, mas infelizmente essa batalha tem sido insatisfatória, não vejo em curto prazo uma solução.
A edição deste jornal do dia 03 de março de 2015, em seu editorial, acende uma luz tênue no fundo do poço, quando o Poder Judiciário toca novamente no tema precatório, como avivar das cinzas um tema tão controvertido, e que esses precatóristas podem receber seus proventos tão falados em prosa e verso, mormente por àqueles que sequer, nem mais acreditam em receber esse dinheiro. A notícia é alvissareira, só que a matéria não explicita qualquer procedimento que se deve fazer, ou se todos podem receber. Aguarda-se, entretanto, que essa medida tão meritória venha a se concretizar, mais uma vez os precatórios traz novo alento aos seus donos. Sabe-se, contudo, que muitos precatóristas não mais existem, outros estão em estados terminais, e ainda alimentam um fio de esperança de receber esse dinheiro, que talvez lhe traga um lenitivo no ocaso da existência.
Enquanto existir uma vida bruxuleando, existirá um fito de esperança, que gera um desejo de ser feliz, José Américo de Almeida, escreveu; “se eu não puder criar a felicidade, criarei a alegria que é sua imagem”. A esperança move as boas ações visando minorar determinadas situações, propiciando momentos agradáveis na vida das pessoas afligidas pelas agruras da vida, muitas vezes, uma existência marcada pela doença, e uma velhice pobre, quando no outono da vida, falta-lhe o necessário, notadamente para àquele que levou uma vida de abnegação ao próximo, levando-lhe a luz do saber como professor, numa das mais sublimes vocações, levando D. Pedro exclamar: “se eu não fosse Imperador, seria professor”.
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