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A atribulada vida sexual de Alexandre Gutemberg
Ao nascer, o pai deu-lhe esse nome homenageando dois grandes inventores, Alexandre Graham Bell (telefone) e Gutemberg ( imprensa), porém, em toda sua vida, o filho, só inventou peripécias sexuais. Ao nascer, sua mãe tinha pouco leite, contratou uma forte mulher para amamentá-lo, a ama de leite havia parido um belo menino, dava de mamar ao filho e a Alexandre, ele abocanhava o seio duro, satisfazia o estômago, não largava a boca do peito. Se puxassem, chorava aos berros, só deixava de chupar quando adormecia. Alexandre criou-se na praia da Pajuçara, infância livre, leve e solta nos sítios de coqueiros vizinhos roubando melancia, banana e coco. Sua mãe, à noite, dava aula às moças prendadas da sociedade. Depois do jantar elas sentavam em uma enorme mesa retangular. Dona Mariinha enquanto ensinava redação às moças, fiscalizava o filho nos deveres escolares. Alexandre constantemente deixava o lápis cair no chão, se abaixava para apanhá-lo enquanto olhava as calcinhas das alunas desprevenidas. Ao terminar, segu ia para o banheiro, as imagens, as pernas das meninas excitavam sua mente. Aos 13 anos deu-se a invenção em abrir um buraco estratégico no quarto da empregada. Alexandre olhava as moças tomarem banho, trocarem de roupa. Certo dia, Cicinha, bela morena, 25 anos, percebeu a façanha do patrãozinho, ela passou a se exibir em banhos sensuais, se esfregando, de propósito, Alexandre ficava doidão. Certa tarde o adolescente teve um desmaio de tanta homenagem a Onã. Dias depois, Cicinha com carinho, deu-lhe um presente de aniversário,14 anos, desvirginou nosso herói no quintal, atrás do sapotizeiro, ao entardecer. Presente inesquecível.
Em sua juventude Alexandre Gutemberg namorou muito, como as namoradas da época eram virgens juramentadas, tornou-se o raparigueiro mais jovem da cidade, todo dinheiro descarregava nas boates de Jaraguá. Já era homem feito, servia no NPOR, quando apareceu Aparecida, linda, sensual, de família tradicional da cana de açúcar. Ele encantou-se, namorou durante um ano, noivou outro ano, casou-se. Aparecida, grande heroína, conservou-se virgem até o casamento, precisou muita firmeza para não cair nas invencionices do noivo. Foram passar a lua de mel em Garanhuns (naquela época o agradável balneário era conhecido como cemitério das virgens). Viajaram de carro logo após o casamento, Alexandre não aguentou, ao passar por um matagal deserto, encostou o carro numa jaqueira, amaram-se pela primeira vez.
Foram quatro filhas uma atrás da outra, Aparecida ligou as trompas, não atendeu ao marido, tanto queria um filho homem. Alexandre se formou, contador, montou escritório, inteligente, correto nos negócios, conceituado, pegou freguesia. Ao entrar no século XXI, Alexandre Gutemberg se engraçou de uma bela secretária. Certo dia, terminou o expediente, ele prolongou o trabalho, pediu à Rosário ficar mais um pouco. Enquanto ele lia uma carta sendo digitada pela secretária, chegou-se por trás, as costas nuas perfeitas, ele colocou a mão como se fosse natural, ela não reagiu, ele alisou um pouco, Rosário disse abafada, “assim não doutor Alexandre, assim não, assim não.” Virou-se, se beijaram, se amaram no chão do escritório. Alexandre estava como queria, a mulher em casa e a secretária num motel. Passaram-se três anos para Aparecida descobrir a traquinagem do marido. Teve que decidir. Preferiu ficar com a ninfomaníaca, Rosário. Separação dolorosa, pesou o fator sexo. O chefe e a secretária foram viver num aparta mento, evitaram filhos. Certa manhã Alexandre sentiu dormência no braço direito, visão enublada, dor de cabeça, chamou Rosário com voz arrastada. Um AVC deixou nosso herói semi paralisado na face, dificuldade de locomoção e fala arrastada. Há quatro anos o casal vive sem amor, embora doente, aposentado, sem muitos recursos, Alexandre pede sexo, Rosário, evita-o, despreza-o, humilha-o em suas avançadas amorosas. Os filhos contrataram uma jovem sem experiência, analfabeta, para tomar conta do velho, dar banho, cuidar da aparência, dar comida. Rosário sai todo dia, ninguém sabe para onde. Zefinha, a cuidadora, depois do jantar ronda a cidade em busca de aventuras, gosta, dorme na casa de seus pais no Jacintinho. Tão jovem começou a sentir mal estar, descobriu, grávida. Trabalhou até os últimos meses, nasceu o menino, não sabia quem era o pai, até que, sem alarde, fizeram DNA. O velho Alexandre está feliz da vida, afinal é pai de um menino, vai batizá-lo, Alexandre Gutemberg de Almeida Filho.
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