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Divaldo virou saudade
Martin Luther King legou à posteridade: “ Um líder autêntico, em vez de buscar consenso, molda-o.” Foi o que fez o amigo Divaldo Suruagy ao longo de sua bem-sucedida trajetória política. E, por isso, deixou marcas indeléveis que a poeira do tempo não conseguirá apagar.
Pois bem, na tarde do dia 21 de março de 2015, partiu deste mundo terráqueo para outra dimensão maior a fim de ser consolado pelo Grande Arquiteto do Universo, que é Deus. Devendo ser recebido na mansão celestial por tudo que fez em prol dos alagoanos.
Ex-prefeito de Maceió, governou Alagoas por três vezes, deputado estadual que, por sua vez, atuou como líder do governo da sua época. Deputado federal representou o estado à altura de sua pujança política. E, finalmente, assentou numa cadeira no Senado Federal com o mesmo propósito, isto é, servir à Terra dos Marechais.
Na qualidade de escritor / intelectual, foi sócio efetivo da Associação Alagoana de Imprensa (AAI), do vetusto Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, inquilino da Casa de Demócrito Gracindo, e de outros sodalícios de relevo no berço de Lêdo Ivo.
Não tive coragem de me despedir do preclaro colega economista. Preferi o aconchego de minha casa, E, por isso, escrevo esta crônica em deferência à sua honrada família. E, porque não dizer, da saudade que deixou toda Alagoas consternada.
Dele guardo lembranças agradabilíssimas. Por exemplo, éramos assíduos frequentadores do Shopping Maceió. Mantivemos um colóquio falando de política e, principalmente, de suas vitórias como Homem das letras caetés. Enfim, uma amizade sedimentada pelo cimento da lealdade recíproca.
A última correspondência recebida de seu Escritório ( Rua Santa Fernanda, 580 – Jatiúca)- Maceió –Alagoas, muito me sensibilizou. E, portanto, reproduzo seu teor original
“ Luzia e eu comemoramos , com alegria, o fato de incluirmos você na relação de nossas especiais amizades. Formulando votos de que o dia três de fevereiro transcorra em um clima de muita paz, saúde e alegria, aproveitamos para enviar nossos parabéns com sinceros desejos de que, ao lado de Aurilene, e todos os demais queridos de sua vida, seja, a cada ano, mais feliz.
Fora um homem público probo, inteligente, e, sobretudo, atencioso às pessoas que privavam de sua fidalga consideração/apreço Não ostentava riqueza. Muito pelo contrário, vivia como um cidadão do mundo à procura de uma forma para servir sem receber nada em troca.
Divaldo virou saudade pela forma que pautou sua vida. Jamais fez comentário criticando qualquer adversário político. Elegante no modo de vestir e, ao mesmo tempo, cumprimentava todo mundo independentemente do status social.
Parafraseando o poeta da saudade – Antônio Pereira – quando sintetizou o sentimento com seus versos imorredouros.” Quem quiser plantar saudade escalde bem a semente. Plante num lugar bem seco onde o sol seja bem quente. Pois se plantar no molhado quando crescer mata gente.”
Por essas e outras razões, sentirei muita saudade do colega que escrevia na Tribuna do Sertão. Dele guardarei uma lembrança viva de tudo que realizou em benefício da coletividade. Organização: Francis Lawrence.
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