Geral

Meninas de pelo menos 70 países ainda são agredidas por querer estudar, diz relatório da ONU

12/02/2015
Meninas de pelo menos 70 países ainda são agredidas por querer estudar, diz relatório da ONU
Professores e pais que defendem a igualdade de gênero nas escolas também foram alvos de agressão entre 2009 e 2014  (REINNIER KAZE via Getty Images)

Professores e pais que defendem a igualdade de gênero nas escolas também foram alvos de agressão entre 2009 e 2014
(REINNIER KAZE via Getty Images)

Um adolescente foi morto por um frentista durante um protesto contra o preço dos combustíveis em um posto de gasolina em Planaltina no Distrito Federal na noite de ontem (11). Lucas da Luz Alves tinha 15 anos e protestava com um grupo de pessoas por causa do aumento do preço da gasolina, quando levou dois tiros após uma discussão com Wemerson dos Santos Feitosa, de 26 anos, que era funcionário do local.
No protesto, os manifestantes abasteciam R$ 0,50 , pagavam com nota alta ou cartão de crédito e exigiam nota fiscal. Segundo a Polícia Militar, testemunhas disseram que a discussão começou após o frentista abastecer R$ 50 em vez de R$ 0,50 no carro em que a vítima estava quando começou a confusão. O frentista tentou fugir mais foi preso por policiais militares.
De acordo com a Polícia Militar, Feitosa estava com o revolver calibre 38, que foi usado para efetuar os disparos contra o adolescente. A arma estava com a numeração raspada. Feitosa está preso na 31° Delegacia de Polícia em Planaltina e vai ser transferido para a Carceragem do Departamento de Polícia Especializada de Brasília. Cerca de 40 manifestantes estavam no momento do crime.
Os ataques acontecem de diferentes formas e, em muitos casos, não são motivados pelo desejo de negá-las o direito à educação, mas refletem a violência experimentada pelas meninas e mulheres em todas as esferas públicas e privadas de suas vidas, observa o relatório.
Os ataques tem um efeito cascata – eles não só impactam as vidas das meninas e comunidades em que elas vivem, mas enviam um sinal aos seus pais e guardiões das escolas de que estas não são um lugar seguro para as meninas.
Ainda de acordo com a ONU, a exclusão da educação na vida das meninas agrava outras violações dos direitos humanos, tais como violência doméstica, gravidez precoce, tráfico e exploração sexual.