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Reforma na Educação
A propósito de uma visita à Espanha, como parte do convênio de intercâmbio cultural entre a Academia Brasileira de Letras e o Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Salamanca, tive o ensejo de falar à imprensa, por intermédio da Agência EFE, sobre a realidade da educação brasileira. Com os cuidados naturais com que se deve abordar a matéria no exterior, mesmo assim não pude deixar de observar que estamos sofrendo com a falta de qualidade do setor, que hoje abrange cerca de 60 milhões de brasileiros.
Respondendo a uma pergunta da repórter, demonstrei que estamos precisando de uma ampla reforma para enfrentar os desafios da sociedade do conhecimento. A nossa educação opera com conceitos superados, muitos deles clássicos do século XIX, quando estamos vivendo outra realidade no mundo desenvolvido.
Temos o que comemorar, como é o caso da existência do Pronatec, hoje com 12 milhões de inscritos. É um projeto vitorioso, amparado pelo viés político da presidente da República, o que prova que, quando existe vontade superior, é possível alcançar bons resultados. A nossa formação profissional dará certamente um salto de qualidade.
Em outro momento, fui inquirido sobre se existe em curso uma pedagogia nacional. Especialistas tivemos e temos de primeira ordem, mas as nossas escolas de formação de professores têm uma doentia propensão a valorizar o pensamento de autores estrangeiros, como se pode verificar em visita às bibliotecas desses estabelecimentos de ensino.
A entrevista também discorreu sobre a existência da nuvem de livros. Ao analisar o seu sucesso, hoje com cerca de 1,5 milhão de assinantes, a um custo baixíssimo, mostrei que a biblioteca virtual online, criada em nosso país há cerca de três anos por Jonas Suassuna, é um excelente remédio contra a pirataria. Oferece aos seus clientes o acesso simplificado a mais de 30 mil livros, de 100 editoras nacionais e estrangeiras, corrigindo em parte a reconhecida ausência de um maior número de bibliotecas especialmente públicas, em nosso sistema de ensino.
Sabe-se que, embora haja leis em sentido contrário, temos hoje uma carência que atinge cerca de 15 milhões de estudantes, sobretudo na educação básica, que padecem da dificuldade de acessar bibliotecas ou salas de leitura em nosso país. Enquanto isso, a nuvem de livros vai cumprindo o seu papel e anuncia para o início do próximo ano o alcance da meta de 2 milhões de assinantes, além da expectativa da sua internacionalização. Espanha, Peru e Equador são países propensos a adotar a metodologia, reforçando, assim, os seus sistemas de ensino.
Sobre a expansão da cultura hispânica em nosso território, foi possível registrar que ela, hoje, é uma realidade. O espanhol está sendo procurado intensamente como segunda língua estrangeira moderna, competindo em grande escala com o francês, já que o inglês é imbatível no primeiro lugar, principalmente devido ao seu uso no mundo da tecnologia da informação.
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