Artigos

A juventude em perigo

06/10/2014

Um relatório recente do Fundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEF – situou o Brasil na incômoda sexta posição no mundo na taxa de homicídios de crianças e adolescentes de zero até 19 anos de idade em 2012.
O documento sustenta que o país registrou 17 homicídios por 100 mil habitantes nessa faixa etária. Com isso, o Brasil ficou atrás de apenas de El Salvador (27 por 100 mil), Guatemala (22), Venezuela (20), Haiti (19) e Lesoto (18).
Em termos absolutos, o relatório diz que o Brasil registrou mais de 11 mil mortes na faixa etária, ficando atrás apenas da Nigéria, com quase 13 mil crimes dessa natureza no período.
O Unicef apontou como razões principais para o grande número de homicídios de jovens no Brasil o aumento da desigualdade, o acesso a armas de fogo, o alto consumo de drogas e o crescimento da população jovem.
O fundo também usou uma base de dados de 2010 para afirmar que no Brasil os adolescentes negros sofrem um risco três vezes maior de serem assassinados em relação a jovens brancos.
O número de homens nessa faixa, que foram vítimas de homicídio, também é 12 vezes maior que o de mulheres.
Mais de 95 mil crianças e adolescentes foram assassinadas em todo o mundo no período avaliado pelo relatório. O número representa um quinto de todos os assassinatos de crianças e adolescentes ocorridos no planeta, a maioria praticados na América Latina e no Caribe.
Desde que tive a honra de ocupar o Ministério da Justiça, tenho levado ao País a necessidade de rediscussão da banalização do uso arma de fogo. Propus um referendo popular onde a sociedade opinou pela continuidade da venda de armas e munições. Entendo que devemos continuar endurecendo a legislação para dificultar o acesso às armas.